A Região Metropolitana do Rio de Janeiro e Manaus concentram hoje os melhores retornos para investimento em energia solar no Brasil. É o que aponta a edição de 2019 do Índice Comerc Solar, publicado nesta sexta-feira, 12 de abril. De acordo com o levantamento, um projeto residencial na região metropolitana fluminense se paga em 2,7 anos, enquanto investimento em comércios e pequenas indústrias em território manauara em 4,5 anos.
Na avaliação de Marcel Haratz, diretor da Comerc ESCO, o ranking deste ano apontou queda de quase meio ano no tempo de payback, quer seja para projetos residenciais ou para fins comerciais e industriais. No entanto, segundo o executivo, o que realmente impressiona é como o investimento em na fonte fotovoltaica se tornou mais competitiva em todo o país. “No ano passado, os piores resultados em tempo de retorno chegavam a 12 anos em Média Tensão e 7 anos em Baixa Tensão. Esses números caíram para 7,58 (indústria e comércio) e 5,3 (residências)”, afirmou.
Baixa tensão: projetos residenciais
O ganho de competitividade da fonte em projetos residenciais foi substancial no último ano. Um total de cinco regiões tiveram paybacks melhores que Teresina, líder do Índice concluído no início de 2018, com retorno de investimento em 3,14 anos. Grande Rio de Janeiro, Teresina, Manaus, Belém e João Pessoa bateram essa marca.
Já o destaque negativo fica por conta da capital pernambucana, que despencou 17 posições, caindo de 4º para 21º lugar, apesar de seu tempo de retorno ter permanecido praticamente estável. “Isso é resultado da competitividade do mercado de energia solar, que ganhou escala em várias outras capitais, como João Pessoa, que subiu sete posições, Maceió, galgando oito postos, e Porto Alegre, que avançou cinco casas, apesar de ainda se manter em uma posição intermediária em caráter nacional”, comentou Haratz.
Média Tensão – Comércios e pequenas indústrias
Se no levantamento do ano passado a capital amazonense tinha quase um ano de vantagem no retorno de investimento em relação ao segundo lugar, Rio de Janeiro, neste ano a situação se tornou muito mais acirrada. Manaus se manteve no topo, com 4,53 anos para retorno, seguido de muito perto por Goiânia, com 4,59 e Grande Rio, com 4,66.
Teresina, que subiu 13 posições, passando de um payback de 7,82 para 5,01, e São Luiz, que avançou oito postos (8,56 anos em 2018 vs 6,06 neste ano) chamaram a atenção positivamente. Na contramão, Campo Grande caiu de 9º para 22º, apesar de manter seu retorno praticamente estável, Aracaju, que regrediu de 13º para 23º, ainda que tenha registrado ligeira melhora no payback de aproximadamente 6 meses, e Recife, que deixou a 8ª colocação no ano passado e apareceu em 18º no Índice atualizado.
O payback de um projeto de energia solar representa uma fotografia do cenário atual brasileiro, feita e analisada pelo time da Comerc ESCO, que formula o ranking em baseado em três itens: nos valores vigentes das tarifas, sendo que para Baixa Tensão é considera a Classe B3 e para Média Tensão a Classe A4; no retorno financeiro com valores médios de investimentos e o custo evitado com o sistema fotovoltaico para cada concessionária; além da geração de energia a partir de condições ideais de instalação, tais como inclinação, orientação e ausência de sombreamento.