Nota técnica lançada recentemente pelo Centro Internacional de Energias Renováveis – Biogás mostra que na comparação de dados de 2015 com 2018, o mercado de biogás mostrou um crescimento de 130% em relação ao aumento na produção. O objetivo da nota foi mapear plantas de biogás com fins energéticos para uso elétrico, térmico e mecânico e como combustível veicular. De acordo com  a economista do CIBiogás, Monique Riscado Stilpen, o setor é muito diverso e o mercado está dividido entre vários tipos de fontes e setores econômicos. Segundo ela, o mercado é complexo e exige estratégias governamentais bem definidas para poder impulsioná-lo.

Em 2015 eram 159 plantas, com 127 em operação, 22 em instalação e 10 em reforma. Já em 2018 o número de plantas aumentou para 366, onde 276 estão em operação com 3,1 milhões de m³/dia de biogás. A previsão é que 82 novas unidades sejam instaladas e 8 plantas estão reforma. Segundo as características dos projetos em análise, quando todas as 366 estiverem em pleno funcionamento, a produção nacional anual poderá passar de 1,1 bilhão de m³ de biogás, para 1,6 bilhões de m³ de biogás, aproximadamente 45% de aumento de produção. Este crescimento sinalizado evidencia que o mercado continua crescendo.

A economista do Cibiogás acredita que a expansão na produção do biometano é resultado das mudanças na regulamentação nacional. Resolução da ANP regulamentou a produção do insumo oriundo de resíduos agrossilvopastoris, aterro e estações de tratamento de esgoto, e estabeleceu a intercambialidade com o gás natural. Para ela, a criação do Renovai também tem criado um ambiente com expectativa positiva para o setor de biometano.

Em termos de produção média de biogás/área, em 2015 eram 1,3 milhões de metros cúbicos por dia, e em 2018 a produção passou para 3,1 milhões de metros cúbicos por dia, podendo alcançar 4,7 milhões quando todas as plantas estiverem em pleno funcionamento. As plantas de pequeno porte representam 64% do total, porém 82% da produção do biogás provém das plantas de grande porte, que correspondem apenas a 11% das 366. São Paulo é o maior produtor de biogás, nele estão localizadas as grandes indústrias e também projetos relacionados aos Resíduos Sólidos Urbanos. Minas Gerais e Paraná possuem a maior concentração de plantas de biogás.

O maior rendimento sobre a produção do biogás está associado às plantas de RSUs ou esgotos, que resultam em 76% de todo biogás nacional em apenas 12% das unidades. A nota técnica traz que sozinho o setor agropecuário representa 65% das unidades, a indústria nacional participa com o restante da produção, com 23%.