A agência de classificação de ratings Fitch estima que os principais indicadores para o segmento de geração deverão estar próximos ao que o país enfrentou nos últimos dois anos. A perspectiva para o GSF estimado pela empresa é de 82% e o PLD deverá ficar em cerca de R$ 260/MWh. De acordo com o analista sênior de energia, Wellington Senter, apesar desses indicadores a avaliação da agência é de que como essa situação já vem sendo enfrentada a algum tempo, as companhias já estão acostumadas a lidar com essa situação mais pressionada.

De acordo com o executivo, o nível dos reservatórios também seguem a tendência de pouca recuperação de seus volumes armazenados, situação que é a realidade do segmento desde 2014. Ele participou nesta quarta-feira, 17 de abril, do 5º Fórum Anual de Corporates Brasil 2019, realizado pela própria Fitch, em São Paulo.

“Os players hoje conhecem a regra do jogo e o cenário que vemos em 2019 e 2020 é de crescimento da demanda. O PIB deverá apresentar expansão de 2,1% e 2,7%, nos dois próximos anos e como a elasticidade da demanda é de 1,3 vez vemos que a demanda deverá crescer em 3%, o maior índice em cinco anos no país o que deverá beneficiar as distribuidoras”, relatou ele.

Aliás, as distribuidoras deverão apresentar maior estabilidade em termos de alavancagem uma vez que o pico foi atingido em 2018. Para esse ano em diante os indicadores de endividamento do segmento deverá ficar mais conservador. Diferentemente da empresas de geração e transmissão, que devem dar continuidade aos investimentos em novos ativos ao ponto que o pico deverá ser alcançado em 2020 em função dos projetos arrematados nos últimos leilões, principalmente para as transmissoras.

“Mesmo assim, o nível de alavancagem mais elevado significa que deverá ficar na média em duas vezes a relação entre a dívida líquida e o ebitda, ainda assim um volume também conservador”, destacou.

A Fitch considera os investimentos nos próximos anos ao volume de R$ 57 bilhões um volume mais elevado do que os três anos anteriores. O maior volume pelas geradoras e transmissoras. No segmento de distribuição, destacou Senter está a venda da Light pela Cemig que pode ocorrer ainda este ano.