A agência de classificação de risco S&P atribuiu sua mais alta nota de crédito para a geradora de energia Eneva. Segundo o comunicado divulgado nesta segunda-feira, 22 de abril, o rating de crédito de emissor de longo prazo na Escala Nacional Brasil ‘brAAA’ reflete a expectativa de que a companhia terá forte geração de caixa nos próximos anos, suficiente para sustentar os investimentos em uma nova usina termelétrica sem comprometer a alavancagem.

A Eneva opera uma capacidade instalada de 2,2 GW em térmicas no Nordeste do Brasil, representando cerca de 8% da capacidade da região. A empresa conta com contratos de fornecimento de energia de longo prazo e suas térmicas a gás natural (1,4 GW) têm preferência na ordem de despacho do Operador Nacional do Sistema elétrico.

“Vemos o marco regulatório no setor elétrico brasileiro como transparente e favorável, e a Eneva se beneficia de contratos de venda de energia de longo prazo com média de 13,5 anos, fazendo com que parte significativa de suas receitas (cerca de R$ 2 bilhões) seja por disponibilidade, o que garante fluxos de caixa fortes e previsíveis”, diz a nota da S&P.

Do ponto de vista financeiro, a S&P espera que a empresa apresente métricas de crédito confortáveis. A perspectiva estável reflete a expectativa da S&P de que a empresa deverá apresentar índice de dívida líquida sobre Ebitda abaixo de 3x nos próximos 12 meses.

Em contrapartida, o rating também reflete a escala limitada da Eneva e sua baixa diversificação em termos geográficos. Além disso, embora suas reservas próprias de gás garantam margens adequadas, também expõe a empresa ao risco de não contar com fontes alternativas desse insumo, considerando não estar conectada a outros dutos de transporte de gás.

Em 2016, a Eneva concluiu seu processo de recuperação judicial, tornando-se uma nova empresa, com a fusão dos ativos de geração com os ativos da Parnaíba Gás Natural, o que propiciou a integração vertical no segmento de gás.

FORTE POSIÇÃO DE LIQUIDEZ

Na mesma data, a Fitch atribuiu à Eneva o rating nacional de longo prazo ‘AA+(bra), com perspectiva estável. Assim como a S&P, a agência de classificação de risco também reconhece a posição destacada da Eneva no segmento de geração termelétrica e o robusto perfil financeiro da companhia.

A Eneva possui suprimento de gás natural suficiente para suportar os cenários de despachos das suas térmicas pelos próximos 7 anos. Além disso, a empresa possui posição favorável ao risco hidrológico.

“Por atuar apenas por meio de UTEs, as usinas da empresa são mais despachadas em cenários de baixa incidência de chuvas e reservatórios hídricos pressionados, frequentes nos últimos cinco anos […]. A empresa seria beneficiada em caso de acionamento de suas UTEs, uma vez que o custo variável unitário (CVU), receita obtida quando despachadas pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), supera os custos efetivos de produção, o que gera margem variável positiva […]”.