A Enel Distribuição Ceará, antiga Coelce, apresentou lucro líquido de R$ 7 milhões no primeiro trimestre do ano, uma queda de 91,8% ante o reportado um ano antes. Essa redução, explicou a empresa, reflete maiores despesas de depreciação e amortização associados ao aumento da base de ativos, decorrente de maiores investimentos realizados no último ano para modernizar a rede de distribuição da companhia, assim como para conectar novos clientes.
O resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 86,7 milhões, queda de 49,2% na mesma base de comparação. De acordo com a empresa, essa retração deve-se, principalmente, ao impacto de ajustes nos ativos/passivos regulatórios registrados no 1º tri, um impacto não-recorrente de R$ 60 milhões no custo de energia, maiores custos de serviços com o incremento das atividades de manutenção e programa de redução de perdas, maiores provisões para inadimplência de clientes, assim como custos adicionais com provisões para contingências.
A receita bruta aumentou em 15,3%, alcançando R$ 1,8 bilhão nos três primeiros meses. A distribuidora atribui esse aumento ao reajuste tarifário médio aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica em abril de 2018, de 4,96%, e ao maior volume de energia distribuída a clientes do mercado livre, que cresceu 7,9% bem como ao aumento de venda de energia no mercado regulado em 4,8%.
O volume de energia vendida pela distribuidora no período aumentou 5,3%, para 2.982 GWh. Essa elevação decorre do maior número de clientes com volumes de energia transportada no mercado livre crescendo 7,9% e vendida no mercado regulado crescendo 4,8%.
Já os indicadores de qualidade apresentaram desempenho oposto, enquanto o DEC aumentou 26,9% o FEC recuou 11,1%. Entre as razões para o aumento da duração das interrupções está a escalada da violência registrada no estado do Ceará no período, que afetou os serviços da companhia. Já a frequência das interrupções, apontou a concessionária está menor que o limite regulatório. As perdas caíram 0,5 ponto porcentual, para 13,56%.
Os investimentos da companhia aumentaram em 5% para R$ 159,2 milhões de janeiro a março. Por sua vez a dívida líquida aumentou 52,6% na comparação entre os dois períodos. Essa elevação, apontou, é o resultado da conexão de novos clientes, bem como para modernização e digitalização da rede de distribuição da companhia.