O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quinta-feira, 25 de abril, decreto que extingue o Horário de Verão em todo o pais. A decisão foi tomada a partir de estudos feitos ainda no governo Temer e reeditados pelo Ministério de Minas e Energia, que indicam a perda de eficácia do horário especial em termos de economia de energia elétrica.

Durante a cerimônia de assinatura no Palácio do Planalto, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, lembrou que historicamente o horário tinha como objetivo o aproveitamento da luz natural por mais tempo, com redução do consumo de eletricidade nos horários de pico. Nos últimos anos, porém, a alteração dos relógios em uma hora durante parte do ano perdeu o sentido, tanto pela mudança no perfil de consumo, que deslocou o horário de maior demanda por energia, como por fatores como o uso de iluminação e de chuveiros elétricos mais eficientes.

Segundo Albuquerque, como o instrumento deixou de produzir os benefícios esperados, ele decidiu propor ao presidente a suspensão do horário de verão. O próprio Bolsonaro contou ter recebido estudos com proposta semelhante de parlamentares, e disse ter solicitado também avaliações de impacto da alteração de horário sobre a saúde da população. As conclusões, disse, foram idênticas, tanto na questão da economia quando na da saúde. “Eu concordo, porque eu sempre reclamei do horário de verão”.

Impacto

“Na verdade, o impacto não existe mais”, reforçou o secretário de Energia Elétrica do MME, Ricardo Cyrino, após a cerimônia de assinatura do decreto. Ele repetiu a explicação de que horário de verão foi criado no passado para aliviar o pico de consumo, que era em torno de 18 horas, mas perdeu o sentido com o avanço da tecnologia e o deslocamento da ponta de consumo.

“Na ótica do setor elétrico, deixamos de ter o benefício”, explicou Cyrino, destacando que a redução da economia tem atualmente valores “bem pouco representativos e, neste ano, estaria próximo da neutralidade.”

“Na prática, o horário de verão está extinto. Mas nós já tivemos, no passado, nos últimos 87 anos de vigência do horário de verão, 43 anos sem horário de verão. Tivemos muitas alternâncias” disse. O ministério vai “continuar fazendo avaliações anuais e nada impede que, no futuro, caso venha a ser conveniente novamente, na ótica do setor elétrico, vamos sugerir novamente a introdução do horário de verão. Mas por ora, ele não faz mais sentido, não traz nenhum benefício.”