Em mais um passo no intrincado processo de reestruturação da Renova Energia, o BNDESPar – braço de participações do banco estatal em empresas – confirmou que irá exercer o direito de venda conjunta de sua participação acionária (tag along, no jargão financeiro) detida na renovável. A operação totaliza 5,01% do capital da geradora renovável e envolve as duas controladoras empresa, Cemig Geração e Transmissão e Light, que no último dia 21 de março fecharam acordo para adquirir do fundo de investimento CG I um total de 6,6 milhões de ações ordinárias e 644 mil ações preferenciais da Renova. Com isso, o BNDESPar vai vender as suas ações à Cemig GT e à Light nas mesmas condições dadas à CG I.
O tag along envolverá 696.683 units, compostas por duas ações preferenciais e uma ação ordinária de posse do braço de investimentos do banco. De acordo com fato relevante divulgado ao mercado pela Cemig na noite da última quinta-feira (25), a transação é balizada pelo Acordo de Acionistas, ao qual a Cemig GT aderiu em setembro de 2014. “Caso quaisquer dos acionistas controladores da Renova queira transferir quaisquer de suas ações vinculadas, o BNDESPar terá o direito de transferir até a totalidade de suas units ao adquirente, na mesma transação e nas mesmas condições”, informa o comunicado sobre o Acordo, a respeito do direito de venda conjunta de ações.
Na operação fechada em 21 de março deste ano, a compra de ações do bloco de controle da Renova detidas pelo GC I tem, como contrapartida, a emissão de títulos de dívida por parte da geradora renovável, que serão subscritos pela Cemig GT e pela Light e adquiridos pelo próprio fundo de investimentos e participações. Após acumular dívidas de quase R$ 1,4 bilhão junto a acionistas e bancos privados, que culminou em um processo de reestruturação, a Renova Energia negociou ativos eólicos, entre os quais os parques Alto Sertão 1, 2 e 3, na Bahia – este último vendido recentemente para a AES Tietê.