O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse durante seminário no MME sobre o novo mercado do gás que a integração com o setor elétrico e a indústria e a harmonização das legislações estadual e federal na área de gás natural terão impactos significativos no aquecimento da atividade industrial. O crescimento da oferta do produto no país estará ancorado na demanda termelétrica, mas parte do gás do pré-sal será também destinado ao uso industrial.
A integração entre esse setores é um dos quatro pilares destacados pelo ministro durante a abertura do evento, que aconteceu nesta segunda-feira, 29 de abril, no auditório do MME. Os outros pilares são a ampliação da concorrência, com a abertura do mercado a novos players, o aperfeiçoamento da regulação estadual na questão da distribuição e a eliminação de barreiras tarifarias para considerar o uso compartilhado de infraestruturas.
Albuquerque lembrou que em torno de 68% da produção atual de gás está associado ao petróleo off shore. O pré-sal representa cerca de 51% da produção brasileira, e essa participação tende a aumentar nos próximos anos.
Da mesma forma, a potência instalada do parque termelétrico a gás, que é atualmente de 13 mil MW (8% da capacidade total) poderá crescer nos próximos anos considerando o potencial de crescimento da oferta de gás natural, especialmente do pré-sal. O planejamento de expansão do sistema prevê a instalação de 5 mil MW de usinas a gás natural ate 2027, com o uso de tecnologias que tornarão o Custo Variável Unitário dessas usinas mais baixo.
“A indicação é de que o sistema precisará de mais de 13 mil MW de oferta, associada à necessidade de complementação de potência, o que representa cerca de 33% da capacidade instalada”, destacou Albuquerque.
“A gente está querendo desenvolver o conceito de aproveitamento ótimo térmico”, afirmou o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Reive Barros, ao defender a contratação de termelétricas próximas aos portos e ao lado de terminais de processamento de Gás Natural Liquefeito. Segundo Barros, o GNL do pré-sal pode mudar o perfil de importador do Brasil.