A Ecom Energia encontrou as condições ideais para expansão de suas operações rumo a outros mercados sulamericanos no Chile. Depois de aportar naquele país como uma gestora inaugurou seu primeiro ativo de geração. Com 3 MW de potência instalada, a subsidiária Ecom Chile construiu um parque solar na cidade de Tiltil (a 100 km da capital Santiago) em uma sociedade com a mineradora local e familiar San Pedro. O resultado agradou e agora a companhia projeta novos aportes por lá. A ideia é de ter pelo menos mais dois projetos similares antes de partir para aumentar sua atuação no continente.
O sócio diretor da companhia, Paulo Toledo, contou à Agência CanalEnergia que a meta de expansão internacional não é nova, começou a tomar corpo justamente pelo Chile como uma gestora de energia para clientes. Hoje a carteira é de 160 empresas. Segundo as regras do país andino, a companhia somente pode atuar como comercializadora se possuir um ativo de geração, o que se tornou realidade. A participação da Ecom Chile é de 60% no ativo. A San Pedro detém os demais 40%, compra uma parcela da produção da usina e o resto está sendo colocado no mercado.
Outro incentivo para a internacionalização da Ecom é a representação que a empresa faz da norte-americana Kinect Energy no continente. A brasileira passou a atender os clientes da parceira em toda a região. Como havia essa intenção de avançar para outros países começaram a estudar diversos mercados.
Com a finalização do projeto solar no Chile, disse Toledo, a empresa começou a estudar um novo ativo dessa mesma envergadura na mesma região. Por estar em altitude elevada possui temperatura ideal para a operação de módulos solares. Tanto que já consultaram bancos em busca de financiamento à imagem do efetuado na primeira incursão. A sócia da Ecom possui área disponível para a implantação do projeto assim como o primeiro. O investimento total nesse primeiro parque foi de US$ 3 milhões proporcional à participação de cada empresa.
“Projetos no Chile com até 3 MW não precisam de licenciamento ambiental e ao mesmo tempo não alavanca a empresa de forma excessiva. Tivemos uma atuação conservadora até por ser a primeira incursão em geração, se errássemos o impacto seria pequeno, erramos pouco e tudo deu certo, ficamos dentro do orçamento previsto”, relatou ele. “Estamos crescendo e olhamos para mais um projeto semelhante e imaginamos poder ter um cluster ali naquela região aproveitando as sinergias operacionais e de manutenção. Estamos trabalhando para estruturar esse novo projeto”, revelou. Há ainda uma possibilidade de outro projeto em uma outra região mais próxima ao Pacífico.
Foto: Divulgação/Ecom Energia
Com dois projetos em andamento a Ecom deverá partir para outros países. No radar estão possivelmente o Peru com projetos de geração e Colômbia com comercialização. Neste último, destacou o executivo, está o mercado de energia mais desenvolvido da região, que inclusive já conta com uma clearing house que o aproxima mais do que é praticado nos Estados Unidos, por exemplo, citou Toledo.
“No Peru, a entrada pode ser mais rápida, podemos replicar o modelo aplicado no Chile, apresenta um bom potencial. Já na Colômbia precisamos estruturar bem a operação entrar com um tamanho já mais robusto, não dá para ser pequeno”, avaliou ele. Em ambos países, apontou, a Ecom precisa estudar as oportunidades e estruturar equipe local para atuação.
No final das contas, disse ele, a Ecom está no rumo de seguir sua meta de ser uma empresa de energia em termos gerais e não atuar apenas no trade, apesar deste ser a principal fonte de receitas. Tanto que ao passo que mudou de um escritório de 540 m² para o atual de 1.600 m² formou um conselho consultivo com executivos experientes do setor elétrico para ajudar a “pensar o que a Ecom quer ser daqui a 10 ou 15 anos”, disse ele. Ao mesmo tempo vem contratando profissionais para tocar as operações e liberar tempo para o planejamento dos próximos passos da companhia que está próxima de completar duas décadas de atuação.