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A térmica GNA I, que integra o Complexo Termelétrico do Açu, na região norte do estado do Rio de Janeiro, recebeu na última terça-feira, 30 de abril, a primeira das três turbinas a gás natural que vão compor a ilha de potência da usina de 1,3 GW de capacidade instalada. O modelo SGT6-8000H (classe H), em ciclo combinado, foi produzido e fornecido pela Siemens, uma das sócias no projeto, e é considerado o mais eficiente do tipo a desembarcar no Brasil, vindo do Porto de Antuérpia, na Bélgica. De acordo com a empresa alemã, o equipamento pesa 291 toneladas, medindo 4,8 metros de altura e 11 metros de comprimento.
Segundo o gerente geral da Siemens na UTE GNA I, Klaus Wolf, além das quatro turbinas que farão parte do projeto, a multinacional vai responder também pelo suprimento dos demais equipamentos da unidade, entre geradores elétricos, caldeiras e módulos. Ele estima que 65% da montagem do projeto já esteja completada. “As obras civis já estão praticamente finalizadas. Vamos agora partir para a instalação dos equipamentos mecânicos e elétricos. Cerca de 30% deles já estão aqui no país”, explica. A maior parte dos itens pesados da termelétrica foi fabricada em plantas da Siemens na Alemanha, nos Estados Unidos e na Ásia.
Com início de operação previsto para janeiro de 2021, GNA I é uma das três âncoras do complexo situado no Porto do Açu, considerado o maior da América Latina quando estiver totalmente implantado, dentro de aproximadamente quatro anos. Haverá ainda no local uma segunda usina termelétrica – GNA II, com potência nominal de 1,7 GW – e um terminal de regaseificação com capacidade para processar diariamente até 21 milhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito. O combustível destinado a abastecer as duas plantas será fornecido pela petroleira BP, outra sócia do Complexo do Açu ao lado da Siemens e da Prumo Logística.
Turbina a gás fornecida pela Siemens para a termelétrica GNA I, no Porto do Açu (RJ)
A totalidade da geração das duas usinas termelétricas já estão negociadas dentro do mercado regulado com um conjunto de distribuidoras de eletricidade, por meio dos leilões de energia nova do governo. A GNA I firmou os contratos de comercialização no Leilão A-5 de 2014, enquanto a GNA II foi um dos empreendimentos vencedores do Leilão A-5 de 2017. A térmica GNA I foi leiloada inicialmente como projeto a ser viabilizado no Porto de Suape, em Pernambuco. As transferências tanto do controle societário quanto do local de instalação, para o Porto do Açu, foram autorizadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica em dezembro de 2017.
“O projeto apresenta uma confiabilidade única no país, e isso foi um dos pilares analisados pela Aneel para autorizar a mudança de local”, afirma Bernardo Perseke, diretor presidente da GNA – joint venture formada por Prumo, Siemens e BP. O investimento no complexo energético é de aproximadamente R$ 8 bilhões. Para a viabilização da primeira usina termelétrica, a estrutura de financiamento contempla contratos de US$ 288 milhões, com a International Finance Corporation, e de R$ 1,76 bilhão, este tomado junto ao junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e à instituição alemã KfW IPEX-Bank.
Oportunidades e mercado
O executivo ressalta que a licença concedida para o uso do Porto do Açu como complexo de geração de energia elétrica vai até 6,4 GW de capacidade, dos quais 3 GW já estão garantidos com as duas primeiras plantas térmicas. Ele afirma que a possibilidade de novos investimentos em projetos no local não está descartada pela empresa. “Estamos sempre olhando as oportunidades. Hoje eu diria que estamos bem posicionados para participar dos próximos leilões”, diz Perseke. As duas usinas já em andamento contam com mais de 3 mil colaboradores da região do Norte Fluminense e mais de 500 alunos qualificados.
Além do bom andamento dos negócios, o presidente da GNA comemora também a iniciativa do governo federal, a partir do programa Novo Mercado de Gás, de promover mudanças regulatórias para dar maior competição no mercado do combustível no Brasil, especialmente em pontos como a integração com o setor elétrico e a equalização tributária. “São iniciativas 100% alinhadas com a estratégia da GNA e de investimentos dos nossos acionistas. Estamos torcendo para que as mudanças vão adiante”, analisa o executivo, que vê no atual momento uma grande oportunidade de monetizar as reservas de gás natural do pré-sal.