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O setor elétrico brasileiro acaba de ganhar um importante player em prol do meio ambiente. A Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren) foi constituída neste mês com o objetivo de trabalhar para o desenvolvimento de um novo mercado que utiliza o lixo urbano como combustível para produção de eletricidade.
“A Associação tem o objetivo de representar empresas de recuperação de resíduos, reciclagem, compostagem, fabricantes de equipamentos, investidores em energia e também trabalhar junto às organizações nacionais e internacionais, entidades públicas, governos, para promover o Waste-to-Energy no Brasil”, disse o advogado Yuri Schmitke, presidente executivo da Abren.
O executivo contou, citando dados da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), que o Brasil, em 2012, destinou 96% do lixo urbano para aterros sanitários e/ou lixões; 3,9% foi reciclado e 0,1% foi destinado para recuperação energética. No mesmo ano, a União Europeia depositou apenas 24% do lixo em aterros sanitários; 47% foi reciclado ou virou compostagem e 28% dos insumos foram queimados em usinas WTE.
Segundo o presidente da Abren, se o Brasil conseguisse destinar 35% dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) para usinas Weste to Energy, o país teria um potencial de geração de energia elétrica de 1.300 GWh/mês, montante suficiente para suprir aproximadamente 3,29% da demanda nacional de energia e permitir investimentos na ordem de R$ 28 bilhões.
A Foxx Haztec, empresa brasileira especialista em soluções ambientais, está construindo a primeira usina de incineração e recuperação energética do Brasil, em Barueri, em São Paulo. O projeto tem capacidade de tratar 825 toneladas de resíduos urbanos por dia. A potência instalada do projeto é de 25 MW, com garantia física de 20 MW. Estima-se que o investimento no empreendimento pioneiro será de R$ 320 milhões.
“Uma usina de WTE gera 8x menos CO2 que uma usina térmica tradicional”, destacou o executivo, em entrevista concedida durante o 3° Conferência Nacional de PCHs e CGHs, promovido pela Abrapch, em Curitiba, nesta quarta-feira, 8 de maio. O Brasil produziu 38,4 milhões de toneladas de RSU em 2017.
“A China em 2007 não tinha nenhuma usina de WTE e eles implantaram um marco regulatório robusto para aproveitar isso. Em 10 anos, eles se tornaram o maior incinerador de lixo do mundo, incinerando a mesma quantidade de lixo que o Brasil produz hoje, são 200 usinas de incineração na China, 572 na Europa em operação e no mundo são 1.800 usinas”, completou. A Cidade do México está implantando a maior usina de WTE do mundo, com capacidade de incinerar 4.500 toneladas de RSU dia e vai gerar energia para todo metrô da região.
Completam a diretoria executiva da Abren: Adilson Lima, diretor Financeiro; Carlos Souza, diretor Técnico; Rubens Aebi, diretor Institucional e de Comunicação; Andrea Formiga, diretora de Relações Governamentais; Cláudio Girardi, diretor Jurídico; e Cristianne Gonçalves, secretária executiva. O executivo Mário Menel foi convidado para ser o presidente do Conselho de Administração.
*O repórter viajou a convite da Abrapch.