O reservatório da hidrelétrica de Três Marias recuperou-se das severas secas que atingiram o lago nos últimos anos, atingindo 81% do seu volume útil no dia 5 de maio. Este índice não era observado desde o período chuvoso de 2011-2012 e demonstra que a política de gestão adotada pela Cemig, Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Agência Nacional de Águas (ANA) anda pelo caminho certo. Nesta segunda-feira, 13 de maio, o subsistema apresenta 81,33% de sua capacidade.

A importância da usina, localizada na região Central de Minas Gerais, vai além da geração de energia. O lago de Três Marias atua como principal responsável pelo abastecimento de água para os municípios circundantes, além de aquecer a economia e o turismo da região. A operação da UHE é fundamental para a regulação do Rio São Francisco, no trecho entre a barragem e a usina de Sobradinho, na Bahia.

Para gerente de Planejamento Energético da Cemig, Marcelo de Deus Melo, os reservatórios do setor elétrico são operados sob a ótica dos múltiplos usos, desde o advento da lei nº 994/2000, que criou a Agência Nacional de Águas. Assim, “durante os últimos anos da persistente crise hídrica, ainda no início do período seco de cada ano, tem sido fundamental a elevação da vazão defluente da usina de modo a garantir todos os usos a jusante”.

O especialista ressaltou o trabalho realizado nos últimos anos em parceria com a comunidade e o poder público federal, estadual e municipal. “Durante esse período de restrição, que a região Sudeste do país enfrentou a partir de 2014, a gestão constante e cuidadosa de Três Marias permitiu que, mesmo nos momentos de maior dificuldade, fossem garantidos os recursos para o abastecimento humano e a dessedentação animal”, comentou.

Um dos principais beneficiados pela hidrelétrica tem sido o Projeto Jaíba, que propõe Irrigação para uma região de mais de 300 quilômetros na Bacia do Rio São Francisco, conhecida como grande produtora de grãos e vegetais. “Todas as decisões para atender esse importante projeto são definidas por um comitê liderado pela ANA, com participação do ONS, Cemig, Chesf e o Comitê da Bacia, dentre várias outras instituições, durante reuniões realizadas quinzenalmente”, destacou.

Apesar de ser uma das usinas da Cemig com maior potência instalada (396 MW), Três Marias assume um papel ainda mais essencial quando o assunto é abastecimento de água. Para o gerente da companhia, se não houvesse esse recurso, a população das cidades a jusante e a montante, e o desenvolvimento econômico da região seriam muito prejudicados. “Turismo, aquicultura e pecuária correriam o risco de desaparecer, sem falar em problemas para o abastecimento humano”, acrescentou.