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Desde o final do ano passado diversos investidores estrangeiros têm olhado para o país à espera de duas ações que podem trazer mais investimentos. As reformas da Previdência e o pacote anticrime são duas ações do governo que podem ser o gatilho para a chegada de mais recursos externos. Segundo relato do especialista em energia do escritório Demarest Advogados, Raphael Gomes, há um pipeline de projetos que atraem esse capital.
Em sua análise, apesar dos problemas que o setor ainda apresenta, como a questão do GSF e da judicialização do mercado de curto prazo que vem tirando a liquidez do ACL com mais de R$ 7 bilhões em aberto, a visão é otimista. Ele toma como base justamente essa perspectiva de investimentos que podem chegar ao país caso as reformas avancem. A da previdência que colocaria mais equilíbrio às contas públicas e a segunda por conta de ações contra a corrupção, afetando assim o compliance de empresas que olham sua forma de atuação no Brasil.
“As consultas vêm ocorrendo desde o início do ano por conta da troca de governo uma vez que os investidores externos veem que a proposta da reforma da Previdência é realidade. Nesse caso o que está em foco é a organização das contas do governo que projeta a economia de R$ 1 trilhão. Isso é importante porque em um país onde as contas não vão bem e você sabe que precisa de dinheiro, esses recursos têm que sair de algum lugar. E isso traz instabilidade porque o governo pode levar a aumento de encargos e outros custos. Essa situação pode ocorrer quando o cenário de pressão econômica existe. Quando as contas estão equilibradas o risco é menor, pode ocorrer, mas aí é mais por irresponsabilidade de um governo e não tem razão econômica para se basear”, explicou Gomes.
O advogado relata que há muita demanda dos investidores que está reprimida no momento. E a origem desses recursos não é apenas chinês e sim de diversas regiões. Gomes conta, sem revelar nomes ou projetos, que o apetite por projetos no Brasil é grande nos segmentos de geração e de transmissão, principalmente. Tanto que esses potenciais investidores buscam deixar as operações estruturadas para o momento em que o ambiente, leia-se reformas, saírem do papel.
As intenções de aporte, comenta, passam pelo segmento de infraestrutura em geral. Em energia, especificamente, os investidores buscam saber das especificidades do mercado nacional quanto a participação estrangeira em projetos a até mesmo aquisição de empresas. “Há clientes nossos que estão com um grande pipeline de investimentos. Já estamos com as ofertas prontas e se ocorre determinadas condições colocam dinheiro no país”, destaca.
Já a questão do pacote anticrime incluído nos pedidos de análise foi para ele uma surpresa. Essa exigência veio na esteira da Operação Lava Jato. As empresas estrangeiras, avaliou, veem essas ações como de importância para seu negócio por estarem diretamente ligadas ao compliance das organizações. “Há clientes noruegueses que colocam a reforma da Previdência e anticrime no mesmo grau de importância”, revelou. “Lá fora essa ação é importante porque vende melhor o Brasil, pois há uma preocupação muito grande com o compliance em um processo de fusão ou aquisição, ao ponto de requererem uma análise em separado”, acrescentou.
Ajudaram ainda na percepção de previsibilidade no Brasil a publicação de um cronograma de leilões para os próximos três anos em geração e transmissão. Essa sinalização dada pelo governo, avaliou ele, é interessante e demonstra a preocupação em inserir uma agenda para o país.