Por determinação do diretor-geral brasileiro de Itaipu, Joaquim Silva e Luna, a Itaipu Binacional manterá em Curitiba apenas um escritório de representação, a exemplo do que já ocorre em Brasília (DF). O plano de migração dos cerca de 150 empregados das unidades organizacionais da capital para o centro de comando brasileiro da usina, em Foz do Iguaçu, ocorrerá entre julho deste ano e 31 de janeiro de 2020. A medida tem como objetivo a otimização de recursos, em consonância com as diretrizes do governo federal, num compromisso assumido pelo general já em sua posse, em 26 de fevereiro deste ano. Com o plano, a concentração do processo decisório e da execução dos processos empresariais das diversas diretorias se dará somente em Foz, melhorando a governança e reforçando o espírito de equipe da empresa.

Silva e Luna adotou uma política de austeridade para cumprir a missão ampliada da usina, focada nos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, respeitando o dinheiro que o consumidor brasileiro paga pela energia elétrica de Itaipu. Para isso, foi necessário, segundo o diretor, construir uma engenharia financeira interna. O próprio general foi o primeiro a dar o exemplo de abrir mão de qualquer privilégio, ao fixar residência em Foz do Iguaçu. Com isso, tornou-se primeiro diretor-geral brasileiro na história da Binacional a morar na cidade onde está instalada a hidrelétrica.

A partir disso, o militar determinou que toda a Diretoria Geral Brasileira fizesse o mesmo e replicou a determinação para os demais diretores. Diárias e passagens passaram a ser reduzidas. Só no primeiro trimestre a economia chegou a R$ 1 milhão, mas vai crescer gradativamente. “Essa economia é simbólica, mas dá um recado importante para a sociedade brasileira, de que Itaipu dará sua cota de sacrifício com o propósito firme de o País voltar a crescer”, afirmou Silva e Luna. Seguindo essa linha de raciocínio, o diretor reduziu o escopo de alguns convênios e patrocínios e cancelou outros que não tinham aderência à missão de Itaipu. Os resultados orçamentários dessas medidas já podem ser vistos em projetos estruturantes com legado para a população.

Além de dar início à construção da segunda ponte, nos prazos do projeto, com o redirecionamento de recursos, a usina está investindo cerca de R$ 64 milhões na ampliação do Hospital Ministro Costa Cavalcanti e dando início aos trabalhos da atualização tecnológica da UHE. “Empregar recursos públicos é uma arte que exige responsabilidade, planejamento, metas, prazos, acompanhamento e entregas”, disse o general, complementando que toda mudança tem impacto, mas se faz necessária “quando se trata de respeitar quem paga pelo salário do servidor público”.

Apesar de trabalhar em regime de CLT, por causa do Tratado de Itaipu, que tem sua própria natureza jurídica, o militar considera que Itaipu precisa seguir as mesmas diretrizes de uma empresa pública comprometida. Pelo escritório alugado da Fundação Itaipu BR de Previdência e Assistência Social (Fibra), onde os empregados da companhia em Curitiba trabalham, a empresa desembolsa mensalmente R$ 208 mil. Já foi avaliado o impacto na fundação de previdência dos empregados e a conclusão é de que ele será mínimo.