A agência de classificação de risco Moody’s atribuiu os ratings Ba1 e Aaa.br à emissão de R$ 1,5 bilhão em debêntures seniores sem garantia com vencimento final em maio de 2026 planejada pela Enel Distribuição São Paulo. A perspectiva é estável e os recursos da emissão serão empregados em parte para refinanciar dívidas da empresa e para suportar seu plano de investimentos, com o alongamento do prazo médio ponderado das dívidas e redução do seu custo médio.

A avaliação da Moody’s reflete a visão de que as novas debêntures estão no mesmo nível do saldo da dívida em aberto da companhia e não são beneficiadas por nenhuma melhora na visão de crédito, como uma garantia corporativa da controladora. Como resultado, os ratings da emissão estão em linha com os ratings corporativos, os quais refletem o perfil de crédito individual da companhia.

A Enel Distribuição SP mostra fluxos de caixa e métricas de crédito estáveis, que são beneficiados por uma área de serviços robusta e uma concessão de distribuição de energia que vence em julho de 2028. A qualidade de crédito individual é atenuada pelos investimentos de capital consideráveis para melhorar a rede de serviço antes do final do próximo ciclo de revisão tarifária; pelas grandes obrigações previdenciárias e passivos contingentes, que limitam a melhora de métricas de alavancagem, e por seus vínculos com os fundamentos de crédito do Brasil, devido às características regionais de sua base de clientes.

A empresa também apresenta um perfil de liquidez moderado, com uma posição de caixa de R$ 1,6 bilhão em março de 2019 e R$ 1,8 bilhão em vencimentos de dívida no curto prazo, de acordo com os ajustes padrão da Moody’s. Deste valor total, em torno de R$ 420 milhões são relacionados a um empréstimo intragrupo com a Enel Finance International N.V, e R$ 500 milhões relacionados a notas promissórias e empréstimos bancários que foram utilizados para financiar gastos com capital de giro relacionados ao custo de energia maior que o esperado dado condições hidrológicas desfavoráveis. A companhia espera pagar estas dívidas no vencimento com a posição de caixa atual, que deverá ser melhorada pela revisão tarifária esperada para julho de 2019, a qual vai incluir estes custos de energia maiores do que o esperado.

O CFR Ba1/Aaa.br reflete também uma elevação de um notch na escala global tendo em vista a forte probabilidade de suporte da Enel Américas S.A. como seu acionista controlador, devido à importância estratégica da companhia paulista para o grupo e aos vínculos estruturais com a Enel, evidenciados pelas cláusulas de vencimento antecipado contidas na dívida da controladora caso a Enel Distribuição SP não consiga servir a dívida.

As debêntures terão até três séries com uma amortização planejada entre 2024 e 2026. A primeira série de R$ 700 milhões terá dois pagamentos de principal, 50% no penúltimo ano ao vencimento, em 2024, e o valor restante no vencimento de 2025. A segunda e a terceira série somarão até R$ 800 milhões e terão uma amortização bullet em 2026, com o volume alocado para cada uma das séries a ser definido durante o processo de bookbuilding.