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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estão aprofundando os estudos com o objetivo de avaliar quais ativos de transmissão precisarão realmente ser substituídos. Os trabalhos envolvem a apuração do custo do investimento para essa troca, qual será a remuneração paga aos agentes e como esse processo de substituição deverá ocorrer para não afetar o Sistema Elétrico Nacional (SIN). A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) também participa desse processo, conforme determinou o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).
O diretor geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, disse que o monitoramento dos ativos faz parte da rotina do órgão, porém o tema ganhou relevância porque existe um conjunto grande de ativos em fim de vida útil regulatória terminando em um mesmo período. “Os ativos que não estão com problema, mesmo que estejam com a vida útil regulatória finita, vão continuar em operação. Não são os 80 mil que aparecem no trabalho que estão com problema, o número é muito menor”, disse Barata nesta quinta-feira, 23 de maio, após participar da inauguração da hidrelétrica Baixo Iguaçu (350 MW), no Paraná.
Segundo dados da Associação Brasileira de Transmissores de Energia Elétrica (Abrate), atualmente 75% dos ativos da Rede Básica de Sistemas Existentes (Antes de 31 de maio de 2000) estão com a vida útil regulatória encerrada. Muito embora muitos esses equipamentos fiquem superados apenas após a vida útil regulatória, o normal é que eles sejam trocados logo após o prazo regulatório. A falta de substituição desses equipamentos exige das transmissoras um monitoramento constante, o que aumenta os custos de operação e manutenção dos ativos.
Segundo a Abrate, existem 85 mil equipamentos elegíveis para serem substituídos. Barata explicou, porém, que o número real de equipamentos que realmente precisam ser substituídos nos próximos 4 anos é bem menor, porém o suficiente para movimentar bilhões de investimentos. “Além disso, existe uma outra questão, a dos equipamentos que ainda não atingiram a vida útil mas precisam ser trocados. Como o sistema aumentou, existem alguns disjuntores dentro da vida útil regulatória, por exemplo, que precisam ser trocados”, explicou Barata. Transformadores de Corrente e Tensão também precisarão ser trocados. Esses equipamentos são feitos sob encomenda e precisam de um período longo para serem construídos.
Ajustes na regulação para o tratamento do descasamento entre a vida útil física e regulatória estão em análise pela Aneel, como uma alternativa para a remuneração dos equipamentos que atingiram o fim da vida útil regulatória, apurou a reportagem. “O ONS e a Aneel vão conversar para entender quais são os equipamentos que precisam inicialmente ser trocados e como tratar cada caso, pois isso envolve a remuneração das transmissoras”, informou o ONS, em nota enviada à Agência CanalEnergia.
* O repórter Maurício Godoi viajou ao Paraná a convite da Neonergia.