A Neoenergia trará para o país um projeto de atendimento aos clientes finais por meio de investimentos no mercado livre. O modelo, comentou o presidente do Conselho de Administração da empresa, Ignácio Galán, seguirá o aplicado no México mais recentemente. Para isso, a empresa está trazendo a equipe de lá para auxiliar a elétrica local para replicar o negócio no Brasil.

O executivo afirmou a jornalistas em evento de inauguração da UHE Baixo Iguaçu (PR, 350 MW), que essa iniciativa vem do fato de que há clientes tanto mexicanos quanto europeus atendidos pela Iberdrola, a controladora da Neoenergia, que buscaram esse tipo de atuação. Segundo ele, foi essa perspectiva de novos negócios que incentivou a companhia a dar o início a esse projeto.

“Neste momento estamos lançando a comercialização de energia no mercado livre seguindo a linha que temos no México. Uma equipe de pessoas de lá está vindo para ajudar a operação brasileira nesse sentido para termos novas usinas para clientes privados. Ainda estamos começando isso, clientes do México e outros da Europa que têm investimentos por aqui nos perguntaram por esta solução de atendimento e isso foi o incentivo para lançarmos essa possibilidade aos clientes privados”, disse ele.

Apesar dessas perspectivas, a Neoenergia continua avaliando as oportunidades de expansão de sua capacidade de geração no país por meio de leilões da Aneel. Galán lembrou que a companhia possui um pipeline de projetos em sua carteira que podem ser competitivos nos próximos certames em decorrência de sinergias, principalmente em uma região na divisa de estados como Bahia, Rio Grande do Norte e Paraíba.

Há um mês a empresa apresentou a atualização de seu plano global de investimentos em Londres. Para o país, a empresa destina algo próximo a 6,5 bilhões de euros em cinco anos. Conforme a empresa apontou naquela oportunidade, os aportes destinam-se à ampliação das redes, principalmente, na expansão das usinas renováveis e em transmissão.

“Nossos investimentos em cinco anos englobam todos os segmentos em que atuamos no Brasil. Serão R$ 30 bilhões em cinco anos”, destacou.

Galán lembrou que a empresa vem investindo na Bahia que passa por um momento de crescimento econômico, bem como as demais concessões onde atua. A expansão, continuou ele, é da ordem de 5%. E disse que mesmo com a crise econômica brasileira esses índices de crescimento da demanda são bem superiores ao de que qualquer outra região geográfica onde a companhia atua. Por isso, destacou que a Iberdrola, empresa que ele mesmo comanda, acredita no país e continuará investindo, de preferência em ativos greenfield e não em negócios com preços fora da realidade do mercado. Nesse momento ele fez referência ao rally de ofertas que a empresa protagonizou no ano passado com a italiana Enel pela distribuidora que hoje chama-se Enel Distribuição SP.

* O repórter viajou a convite da Neoenergia