Diante da elevação dos custos de energia elétrica bem acima do IPCA em Minas Gerais, e às vésperas do reajuste tarifário da Cemig, a comercializadora Safira Energia realizou uma simulação para um grande consumidor do estado a fim de avaliar qual seria a economia de custos com a migração do seu consumo do mercado regulado para o mercado livre. Os resultados foram muito favoráveis a essa mudança: constatou-se que essa empresa obteria uma economia mensal de cerca de 15% na conta de luz indo para o mercado livre.
Considerando o valor da energia em R$ 250 por MWh, este grande consumidor, cuja conta de luz alcança quase R$ 450 mil no Ambiente de Contratação Regulada, pagaria cerca de R$ 385 mil no Ambiente de Contratação Livre, economizando quase R$ 65 mil mensais.
Com um consumo de mais de 700 mil MWh por mês, este consumidor deixaria de comprar da distribuidora e passaria a adquirir energia incentivada (proveniente de fontes alternativas como solar, eólica, biomassa e de pequenas centrais hidrelétricas) com descontos de 50% nos encargos dos fios.
Ainda de acordo com o levantamento da Safira Energia, a conta de luz vem pressionando não só o consumidor industrial, mas também o residencial. De janeiro a dezembro de 2018, o custo da energia elétrica residencial no Brasil ficou cinco pontos percentuais, em média, acima do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) geral. Os moradores das regiões metropolitanas de Porto Alegre (RS) e de Belo Horizonte (MG) foram os mais afetados pela elevação no valor das tarifas de energia elétrica, que ficou, respectivamente, 13 pontos percentuais e 11 pontos percentuais acima do IPCA.
Neste ano, o reajuste médio na conta de luz da Cemig foi de 8,73%, e passará a valer a partir do próximo dia 28 de maio. Os percentuais de reajuste variaram de 6,69% para as residências e 10,71% para os consumidores industriais mineiros. “O reajuste só não foi maior por causa da antecipação do pagamento do financiamento da Conta ACR (Ambiente de Contratação Regulada). Com a antecipação, o consumidor está sendo beneficiado com reajustes reduzidos das tarifas, sendo a redução média de 3,7%, em 2019, e de 1,2%, em 2020”, afirma Juliana Hornink, analista de mercado da Safira, em nota.