A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) disse que apoia a aplicação do preço horário da energia elétrica no Brasil, porém questionou a viabilidade da implementação em janeiro de 2020.

“Não temos dúvida de que o preço horário poderá agregar eficiência e economia ao sistema, mas não temos certeza que janeiro de 2020 é factível”, disse Renato Volponi, presidente do Conselho de Administração da associação, durante a abertura da 10º edição do Brazil Windpower, nesta terça-feira, em São Paulo.

O preço horário de energia é uma evolução discutida pelas autoridades do setor elétrico para dar mais eficiência a operação do sistema. A ideia é que a cada hora seja atualizado os custos de operação, sinalizando para os agentes o real custo de geração. Hoje, o preço é definido semanalmente e publicado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) todas as sextas-feiras.

O preço horário estava previsto para ser implementado em janeiro deste ano, mas acabou sendo adiado por pressão dos agentes para 2020. A fonte eólica gera principalmente durante noite (onde o preço é menor) e o preço horário pode impactar a receita dos projetos em operação.

Para Volponi, não há dúvida de que essa transição do preço semanal para horário precisa ser feita, mas ele acredita que o prazo de janeiro é curto para que os agentes adaptem a modelagem dos seus negócios a tempo “Não temos certeza que todas implicações foram avaliadas”, afirmou Volponi.