O presidente do BNDES, Joaquim Levy, disse que o banco tem buscado informações no mercado com a finalidade de avaliar a capacidade da indústria eólica brasileira de exportar seus equipamentos para outros países. “Hoje não há obstáculos do ponto de vista de eficiência e custos dos projetos, agora a gente tem que verificar se a indústria eólica é suficientemente robusta para ser competitiva lá fora”, disse o executivo a jornalistas após participar do Brazil Windpower nesta quarta-feira, 29 de maio, em São Paulo. “A expectativa agora é que o setor comece a pensar seriamente na exportação e estamos tentando coordenar essa expectativa”, disse Levy.
Uma provocação feita pela plateia sugeriu a possibilidade de compensar a importação de um outro equipamento por outro produzido localmente. Levy disse que enriquecer a cadeia produtiva é importante, desde esse movimento não cause um custo excessivo para o consumidor. “A gente aproveita mal o nosso catalogo de credenciamento, no fundo é uma grande vitrine da indústria brasileira, inclusive com capacidade de exportação. Há um papel de estimular sem que a gente coloque nenhum ônus para o consumidor. Estamos trabalhando para avaliar esse tipo de política.”
O presidente do Conselho da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Renato Volponi, disse que há fabricantes eólicos muito interessados em exportar equipamentos como torres, pás, naceles. “A ABEEólica vê isso com muito bons olhos, isso faz com que a indústria não tenha esses momentos de altos e baixos, e fique totalmente depende da economia do Brasil”, disse.
Para Volponi, é natural que uma indústria genuinamente nacional, que gera empregos, investe em tecnologia e contribui para o meio ambiente e desenvolvimento social, tenha como retribuição exportar parte de sua produção. O executivo entende que a redução do conteúdo local é menos importante nesse processo. “Talvez uma pista para que a exportação ocorra de forma eficiente esteja muito mais na questão tributária entre importação e exportação.”