Começou o leilão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para atendimento da capital Boa Vista e demais regiões do estado de Roraima. O certame visa contratar nova capacidade de geração, principalmente, para promover a independência do estado brasileiro da Venezuela, que enfrenta uma grave crise econômica e política. Roraima tem sua demanda atendida por térmicas a óleo e pela energia que vem a interligação Brasil-Venezuela.

O leilão desta sexta-feira é inovador, pois experimentará uma modalidade diferente da tradicional, onde haverá a contratação de potência (lastro) e energia. Segundo a Aneel, as subestações existentes em Roraima têm espaço remanescente para escoamento na geração no montante de 414 MW.

Em dias normais, a média de consumo das térmicas é de 400 a 500 mil litros dia, no modo de complementação do que a Venezuela não consegue entregar. Em uma situação de operação plena, como a atual, o consumo fica entre 900 mil e 1 milhão de litros de óleo, dependendo da carga. São 80 caminhões diários que se deslocam até a capital Boa Vista para atendimento da demanda.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) cadastrou 156 propostas de solução de suprimento, totalizando 6 GW de potência: são 4,7 GW cadastrados no produto potência e 1,2 GW no produto energia. O parque térmico de Roraima tem 216,5 MW de geração instalada disponível, e a carga máxima registrada em 2019 foi de 201 MW.

O leilão será operacionalizado em São Paulo pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), com previsão de coletiva de imprensa com a presença do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.