A primeira versão do Programa Mensal de Operação para o mês de junho apresenta condições como há muito não se via no país. A previsão de vazões estão acima da média histórica em quase todo o país, o custo marginal de operação está zerado em todos os submercados e em todos os patamares de carga, já o nível de reservatórios em meio ao período seco está em elevação.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico, a previsão inicial é de que ao final de junho a energia natural afluente verificada nesse período seja de 107% da média de longo termo no submercado Sudeste/Centro-Oeste e no Norte 1 ponto porcentual acima. No Nordeste está o menor volume de ENA com 59% da média histórica e no Sul o maior com 236% da MLT.
De acordo com o documento divulgado pelo operador, as UHEs Belo Monte e Tucuruí continuam com a operação maximizada em função da ocorrência de excedentes energéticos. No sul a operação estão nessa mesma condição.
A previsão de carga no SIN é de crescimento de 3,5%. Esse índice, apontou o ONS, deve-se ao menor nível verificado nesse mesmo período de 2018 quando ocorreram dias de menor consumo pela realização de partidas da seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo de 2018. Para os subsistemas SE/CO e Sul as taxas de crescimento esperadas são de 3,1% e 3,6%, respectivamente. No NE a expansão prevista é de 4,5% e no Norte de 4,1%, com destaque para um consumidor livre da rede básica que estava com sua carga reduzida desde abril de 2018 e iniciou o seu processo gradual de retomada de consumo a partir do final de maio.
Inicialmente, a previsão é de que os níveis de reservatórios continuem em ascensão no mês quando comparados com o fechamento desta sexta-feira, 31 de maio. A expectativa para o SE/CO é de alcançar 49,2% ante o volume inicial de 47,2%. No Sul está o maior crescimento, passando de 69,8% para 93,6%, no Norte passando de 73,7% para 74,8% e no NE a única baixa, de 57,7% para 56,1%.
A estimativa é de que os reservatórios equivalentes de energia (REE) de Belo Monte, Manaus, Itaipu e Teles Pires fiquem em 100%. Não longe estão os do Madeira e do rio Iguaçu com mais de 96% e no Sul com 90,3%. Apenas o Sudeste está com 34,7%.
Apesar disso ainda há geração térmica prevista para a semana operativa que se inicia em 1º de junho. A programação prevê 4.877 MW médios, sendo 554 MW médios por ordem de mérito. Essa geração, apesar do CMO zerado, explica o ONS, representa despacho antecipado por ordem de mérito de custo para a semana de 3 a 9 de agosto nas usinas Santa Cruz e Luiz O R Mello que são movidas a GNL. O maior volume, 3.862 MW médios é por inflexibilidade e 461 MW médios por restrição elétrica.
Em termos de meteorologia foi registrada precipitação acima da média histórica nas bacias dos rios Jacuí, Uruguai e Iguaçu e no trecho incremental a UHE Itaipu. Ao mesmo tempo, as bacias dos rios Paranaíba e São Francisco apresentaram anomalia positiva de precipitação devido à atuação de áreas de instabilidade nas regiões Sudeste e Centro-Oeste na terceira semana do mês. Para a semana que vem deve ocorrer chuva fraca nas bacias dos rios Iguaçu, Paranapanema, Tietê, Grande e no trecho incremental a UHE Itaipu.