A Eletrobras aceitou prorrogar por mais 15 dias as negociações com os trabalhadores da empresa. Com isso, a greve de 72 horas programada para começar nesta segunda-feira, 3 de junho, também foi adiada. A falta de acordo gira em torno de dois pontos. Os empregados pedem reajuste salarial de pelo menos 4,5% enquanto a empresa oferece 1,5%. Outra pauta que dificulta a negociação salarial é que a Eletrobras não quer renovar uma cláusula do acordo coletivo que impede que a companhia realize demissões em massa.
“Para gente, a prorrogação veio como um sinal de que a empresa está disposta a negociar. Não queremos chegar ao radicalismo, uma greve não interessa ninguém”, disse Emanuel Mendes, presidente da Associação dos Empregados da Eletrobras (AEEL), em entrevista à Agência CanalEnergia.
A princípio, contou Mendes, a Eletrobras queria prorrogar apenas a negociação sobre o reajuste salarial, sem renovar a cláusula que impede a demissão em massa. Porém, o sindicado não aceitou e pediu a renovação total do acordo.
Segundo Mendes, a paralisação de 72 horas já estava aprovada e com adesão em massa dos empregados. A ideia era colocar os empregados operacionais em uma espécie de “quarentena”, para que a mesma equipe ficasse trabalhando por 24h ou 48h sem troca de turno, como uma forma de pressionar a empresa, uma vez que isso colocaria em risco a operação da rede. As equipes de manutenção também ficariam impedidas de sair.
Na próxima terça-feira, 4 de junho, está prevista uma reunião entre o sindicado e a Eletrobras, com a presença do diretor de Administração, segundo Mendes. “A gente espera que a Eletrobras coloque alguma coisa plausível na mesa de negociação, a gente está solicitando ao STF uma reunião de conciliação entre as partes. Com a proposta que ela está colocando, não tem entendimento”, disse o representante dos funcionários. A AEEL representa cerca de 14 mil empregados da Eletrobras.