A agência de classificação de risco S&P Global Ratings avalia que não deverá haver uma alteração nos ratings da Eneva, de brAAA com perspectiva Estável após a empresa ter vencido com seu projeto de geração termelétrica UTE Jaguatirica II o Leilão para Suprimento a Boa Vista e Localidades Conectadas de 2019, realizado em 31 de maio de 2019 pela Agência Nacional de Energia Elétrica.
A unidade termelétrica demandará investimentos de cerca de R$ 1,8 bilhão, terá capacidade instalada de 132 MW e será integrada ao suprimento de gás natural proveniente do Campo de Azulão, na Bacia do Amazonas, adquirido em 2018 por meio de um gasoduto virtual composto por liquefação do gás no campo de extração, transporte rodoviário até Boa Vista que dista 1.100 quilômetros e regaseifação em área próxima à usina.
O campo de Azulão conta com reservas provadas de 3,6 BCM, suficientes para atender a demanda de Jaguatirica II por toda a extensão do contrato, mesmo em cenário de despacho máximo. De acordo com o Contrato de Comercialização de Energia Elétrica e Potência nos Sistemas Isolados, a UTE Jaguatirica II terá o compromisso de entrega de 117 MW pelo prazo de 15 anos, a partir de 28 de junho de 2021, contando com receita fixa de aproximadamente R$ 430 milhões, reajustada anualmente pelo IPCA, além de receita variável equivalente aos custos de combustível e demais custos variáveis quando estiver despachando energia.
“Esperamos que este projeto contribua com ebitda adicional entre R$ 350 e R$ 400 milhões por ano, considerando-se um despacho em torno de 70%, dada a necessidade da região. Dessa forma, continuamos esperando que a Eneva apresente posição de liquidez e métricas de crédito relativamente conservadoras, e que, com a entrada de Jaguatirica II, a companhia fortaleça seu modelo de negócios e se desalavanque rapidamente assim que o projeto entrar em operação e passar a contribuir com sua geração de caixa em 2021”, indicou a S&P em seu comunicado.