A agência de classificação de ratings Moody’s afirmou os ratings corporativos atribuídos à CPFL Energia em Ba1 na escala global e em Aaa.br na escala nacional brasileira. Ao mesmo tempo, a afirmou ainda os ratings Ba1/Aaa.br atribuídos à 8ª emissão de debêntures no valor de R$ 700 milhões da CPFL Paulista e à 11ª emissão de debêntures no valor de R$ 1,4 bilhão da CPFL Geração de Energia, que são respaldadas por garantia corporativa da CPFL Energia. A perspectiva é estável.
Essas ações de rating, explicou a agência, sucedem o anúncio do plano da CPFL Energia de emitir novas ações em uma oferta de capital primária para aumentar a quantidade de ações em circulação da companhia para um nível mínimo de 15%, conforme exigido pela bolsa brasileira. Essa exigência é  para manter o status da companhia no nível de governança mais alto, conhecido como Novo Mercado. Os recursos dessa operação serão utilizados para apoiar a aquisição de uma participação de 48,4% de sua subsidiária CPFL Renováveis, detida atualmente pela State Grid Brazil Power Participações, por aproximadamente R$ 4,1 bilhões.
Entre os fundamentos para a nota atribuída estão está o perfil de negócios da CPFL que é diversificado e com posição estabelecida no mercado de energia brasileiro com operações de larga escala nos segmentos de distribuição e geração.
“A visão de crédito da Moody’s considera o programa de investimento elevado da companhia e os seus descasamentos interanuais de custos e despesas decorrentes da dinâmica regulatória, junto com sua estrutura de capital em desenvolvimento. A qualidade de crédito da CPFL Energia em base isolada reflete, em última instância, o ambiente operacional do Brasil, a natureza altamente regulada do setor de energia, e como tal, está limitada ao rating soberano. O rating Ba1 na escala global incorpora uma elevação de um nível sobre o perfil de crédito da CPFL Energia, em base isolada, refletindo uma probabilidade moderada de suporte pelo seu acionista controlador”, apontou a Moody’s.
Com a oferta planejada de ações, acrescentou a Moody’s, a estimativa é de que a CPFL Energia poderá levantar recursos entre R$ 3,4 bilhões e R$ 5,6 bilhões. Esse valor tem como base a precificação da oferta e do exercício de opções para emissão de lote adicional e suplementar, o que permitirá que a companhia tenha flexibilidade financeira para realizar a maior parcela ou a totalidade da aquisição da CPFL Renováveis e outras iniciativas de expansão. Isso, sem sofrer pressão negativa em seu perfil de alavancagem.
Em um estudo de sensibilidade, o cenário conservador para o aumento de capital indica que as métricas de crédito da companhia continuarão a melhorar gradualmente, refletindo um índice Dívida Líquida sobre Ebitda abaixo de 3 vezes e CFO pre WC sobre Dívida acima de 20% nos próximos 12 a 18 meses. Além disso, a melhora no curto prazo é suportada por aumento de tarifas reguladas para compensar as necessidades elevadas de capital de giro em 2018.
“Este cenário considera um maior volume de distribuições de dividendos a partir de 2020, de acordo com a política financeira revisada da empresa, que incorpora um índice mínimo de pagamento de dividendos de 50% do lucro líquido, o que restringirá um ritmo mais rápido de redução das dívidas. Este cenário não inclui sinergias potenciais resultantes de uma incorporação da CPFL Renováveis à estrutura organizacional da CPFL Energia”, apontou em seu relatório.
Após a conclusão da operação, a participação de controle indireto da SGID na CPFL Energia diminuirá para a faixa de 82% a 85%, dos atuais 94,75% detidos pela controladora. Apesar de considerar que a probabilidade de suporte financeiro tempestivo de uma empresa controladora estrangeira é maior para subsidiária integral do que para as afiliadas com investidores minoritários, a agência entende que  a SGID continua comprometida em apoiar o perfil de crédito da CPFL.
A Moody’s destaca também que o perfil de liquidez da companhia melhorará com a estratégia de gestão de passivos a ser executada até o final deste mês, que engloba a emissão de R$ 3,4 bilhões em dívidas e estende o perfil de vencimentos de 3,4 anos para 3,7 anos, a um custo financeiro relativamente menor.