A Engie espera bom senso do Supremo Tribunal Federal no processo que julga a necessidade de aprovação do Congresso de ativos de estatais. A decisão influencia a compra da transportadora de gás TAG, que foi adquirida junto a Petrobras no último mês. De acordo com o CEO da Engie, Maurício Bähr, os planos da empresa continuam os mesmos da época da compra da Gerasul, em 1998, que eram de crença de abertura do mercado, que se concretizou e fez com que a empresa triplicasse a sua capacidade. “Queremos usar a TAG como uma plataforma para desenvolver o mercado de gás. O ciclo de desenvolvimento vai ser bastante interessante e vai ser muito parecido com o que experimentamos na energia elétrica”, explica o executivo, que participou do Engie Innovation Day, realizado nesta quinta-feira, 6 de junho, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ).

Ele afastou qualquer risco de desistência do negócio. Ainda segundo ele, a venda da TAG não pode ser considerada uma privatização, já que a Petrobras apenas deixa de investir em uma atividade para investir em outra. A compra da TAG vai custar R$ 33 bilhões para Engie, CDPQ e vários bancos que participam da operação. A empresa também vem investindo nos últimos anos em ativos de transmissão de energia e na área de serviços.

O processo de venda dos ativos de geração a carvão do grupo ainda continua. Segundo Bähr, a empresa também colocou a segunda fase da UTE Pampa Sul (RS- 345 MW) à venda. Ela foi viabilizada no leilão A-5 de 2014 e vai entrar em operação este ano. A venda deve ser concretizada após o começo de operação da usina. A expectativa é que a venda dos ativos de Pampa Sul seja concluída no ano que vem, após o estabelecimento da operação da usina, enquanto que a do complexo Jorge Lacerda, outro ativo a carvão, deva ser concretizada este ano.

Segundo o executivo, a venda de Jorge Lacerda está na fase final e os interessados já enviaram propostas. Ele conta que os potencias compradores são do Brasil e de fora do país. A inclusão da fase 2 de Pampa Sul – uma expansão do projeto – na venda foi feita para que o potencial comprador possa ter o direito de fazer a expansão no projeto.

Bahr também garantiu que a empresa estará participando dos leilões de energia deste ano, avaliando as melhores oportunidades dentro das fontes que a Engie atua no país.