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Ao assumir a presidência do Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia Elétrica, Carlos Ratto quer trazer para o setor a experiência de mais de 25 anos no mercado financeiro. Com passagens por Bank Boston, Itaú, Cetip e B3, o novo comandante do BBCE pretende melhorar o ambiente de negociação e dar mais transparência e segurança para as negociações na plataforma. “Vejo muitas similaridades nos mercados de energia e financeiro, mas ainda em estágios de desenvolvimento diferentes. Acredito que essa experiência vai não só agregar ao BBCE como também para o mercado”, afirma.

Ratto espera que em 2019 o BBCE consiga manter o volume de negociação do ano passado, já que este ano os problemas em cascata ocasionados com a quebra de algumas comercializadoras prejudicaram o desempenho das negociações. Segundo ele, nos primeiros meses do ano houve uma redução muito forte, mas nos meses seguintes a tendência é de retomada.

Na questão da segurança na comercialização, Ratto lembra que não há como impedir problemas como os ocorridos no início do ano, mas que é possível criar mecanismos para mitigar os impactos deles. Esses mecanismos seriam como os adotados no mercado de derivativos, onde a totalidade das operações tem a obrigação de ser registradas. “Isso dá uma visibilidade da exposição de todo o mercado, principalmente aos reguladores”, avisa. Ele conta que na crise de 2008, isso deu ao governo e ao Banco Central a real noção da exposição das pessoas jurídicas no mercado, permitindo uma atuação preventiva.

Carlos Ratto: transparência e segurança nas negociações

Outra ferramenta de segurança que ele quer avançar é nos depósitos de garantias. A intenção é trabalhar com o risco de crédito até um determinado limite e acima dele, trabalhar com uma garantia que seja líquida. Essa garantia – que poderia ser por meio de títulos públicos – teria a chance de ser transformada em dinheiro de modo mais fácil. O objetivo é avançar na garantia do risco de crédito, como um sistema de gestão de garantias.

De acordo com o presidente do conselho do BBCE, Daniel Rossi, o balcão de negociação foi criado em um momento em que não havia nada similar no mercado. Ao longo dos anos e com o trabalho de Victor Kodja – a quem Ratto substitui – ela virou a plataforma de comercialização da energia do setor. Ele agora vê o BBCE em um momento de se reinventar e criar produtos, se transformando em uma empresa de mercado e não apenas de setor, com independência e se preparando para um mercado mais moderno. “Carlos Ratto é o executivo que vai nos conduzir para que sejamos não só a plataforma de mercado físico, mas também do mercado financeiro, dos derivativos”, avisa.

O BBCE pediu autorização para a Comissão de Valores Mobiliários para atuar como um mercado de balcão organizado, o que vai permitir a negociação dos derivativos de energia. O objetivo é que até o fim do ano saia a autorização. Ratto quer criar um ambiente adequado para que essas operações sejam feitas com transparência, supervisão e a regulação necessária. A clearing house, uma etapa posterior que está nos objetivos da BBCE, é um caminho natural, na opinião de Ratto. Porém ele a relaciona com a quanto de liquidez que a plataforma vai ter. Ratto acredita que a clearing não vai depender apenas do BBCE, mas também da necessidade do mercado. “Nosso interesse é que a gente vá evoluindo conforme os anseios do mercado e os estímulos para que ele se desenvolva”, aponta.

Ratto vê o mercado de comercialização de energia bastante promissor, parecido com o financeiro. Porém ele enxerga carências de instrumentos  na comercialização de energia já existentes no mercado financeiro há mais tempo, como os derivativos e as garantias.