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Convidadas pelo Ministério de Minas e Energia para tratar da sustentabilidade do segmento de distribuição, dentro do debate sobre a modernização do setor elétrico, as distribuidoras defenderam remuneração adequada pelo uso da rede elétrica, o que significa incluir usuários dos sistemas de geração distribuída. Elas também trataram das mudanças no modelo de negócios da distribuição, com a possibilidade de inclusão de outras receitas geradas por novos produtos que possam ser oferecidos em futuro próximo com a digitalização da rede, como a automação de equipamentos, além da recarga de veículos elétricos.
“Não podemos nos afastar do nosso negócio, que é distribuição de energia elétrica, mas tem outros serviços oriundos da própria rede que a gente pode fazer”, acredita Marcos Madureira, que assumiu recentemente a presidência da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica. O executivo afirma que não é interessante hoje para a distribuidora prestar um serviço que não seja essencialmente o fio, já que grande parte da receita não é apropriada pela empresa, e sim para a redução da tarifa do consumidor.
Ele acredita que é possível criar alguma condição que incentive o investidor a prestar esses novos serviços. “Estamos avaliando cada uma dessas possibilidades. Assim como parcelas da receita que podem ficar para a distribuidora”.
Além da possibilidade de novos negócios, o avanço das novas tecnologias no setor elétrico também traz algumas questões novas, como a geração distribuída e o armazenamento de energia, que afetam a forma como as distribuidoras planejam e operam seus sistemas, diz o executivo. A primeira já é uma realidade e a segunda logo vai estar inserida no mercado de forma mais consistente, afirma Madureira. “Temos que nos adequar, tanto do ponto de vista de sistemas elétricos quanto em termos de processos de gestão.”
Favoráveis a uma abertura gradual do mercado de energia elétrica, que respeite os contratos existentes, as distribuidoras levaram ao MME a preocupação com os impactos sobre o próprio negócio. Madureira reforça que a sustentabilidade é o ponto mais importante para a empresas, e lembra que os investimentos são elevados e precisam ter rentabilidade adequada, sem afetar a modicidade tarifária.
O segundo ponto é o apoio a medidas que possam significar redução das tarifas para os consumidores, diz ao executivo à Agencia CanalEnergia. “Não nos interessa ter uma tarifa elevada. Como você sabe, em valores médios, menos de 20% da conta vem para a distribuidora. O restante é energia comprada, custo de distribuição, encargos ou impostos”, argumenta, acrescentando que quando é aprovado um aumento tarifário significativo a primeira a sofrer com a inadimplência dos clientes é a distribuidora.