A agência de classificação de risco Fitch Ratings reafirmou a nota de crédito dos Ratings de Probabilidade de Inadimplência do Emissor – Issuer Default Ratings (IDRs) de longo prazo da Eletrobras e de Furnas, sua subsidiária, em “BB-”, com perspectiva estável. Além disso, a Fitch também revisou sua avaliação do perfil de crédito individual (SCP) consolidado da empresa, indo de “b-“ para “b”. A avaliação aponta que os ratings da estatal de economia mista são equalizados com forte vínculo e apoio do governo brasileiro, dada sua participação majoritária de 51% nas ações e amplo controle sobre as atividades operacionais, estratégicas e financeiras, garantindo 15% da dívida consolidada da empresa.

Para a Fitch, a Eletrobras se baseia nas fortes implicações sociopolíticas que um default poderia imprimir na capacidade de fornecimento de um serviço de qualidade, haja visto que o sistema de energia nacional depende do portfólio de ativos de usinas e linhas de transmissão de energia elétrica deste que é o maior player do setor no país. Em termos de implicações financeiras, a agência acredita que o impacto da inadimplência da companhia quanto à disponibilidade e ao custo das opções de financiamento nacional a outras subsidiárias do governo seriam fortes. Numa base autônoma, a análise aponta o IDR como consistente com um rating ‘b’ devido ao seu FCF ainda pressionado pela geração e alta alavancagem, apesar de seu baixo risco de negócio e o tamanho relevante da empresa no setor.

A agência vê o movimento de gestão de iniciativas para reduzir custos e vender ativos para melhorar a estrutura de capital do grupo como positivo, citando a estratégia de desinvestimento e a recente privatização das seis distribuidoras que a companhia administrava. No entanto, a análise indica que determinadas ações podem levar tempo para melhorar o perfil geral de crédito. Já a intenção do governo de privatização não foi considerada nesta avaliação, pois é tido ainda como um evento incerto.

Em suma, a diferença de dois níveis entre o SCP e o rating soberano, juntamente com as considerações relacionados ao forte vínculo e incentivo do acionista controlador levam à equalização da classificação com a “empresa-mãe”, incluindo uma perspectiva estável para os IDRs, conforme os Critérios GRE. Na hipótese do governo federal perder ações na companhia, os ratings provavelmente ainda seriam pressionados, dada a fraca estrutura de capital.