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A Baur do Brasil iniciou suas operações em 2018 por meio de uma joint venture com sua representante no país depois de oito anos. A empresa atua com serviços e venda de equipamentos para a manutenção e monitoramento de cabos em redes subterrâneas, e vê com grande potencial o mercado brasileiro. Entre os fatores está o amadurecimento do mercado eólico que em 10 anos tem o equivalente a quase metade do volume de cabos enterrados pelas distribuidoras brasileiras em quase 100 anos de atuação.
Nas contas de Daniel Bento, diretor executivo da empresa, são cerca de 5 mil quilômetros de redes subterrâneas que os cerca de 600 parques eólicos no Brasil lançaram nessa primeira década. Como a maior parte desses parques estão no litoral, essa medida se fez necessária para evitar maior desgaste. E com o passar dos anos em operação, explicou ele, a atuação de equipes de manutenção é inevitável, o que abriu uma oportunidade de negócio nesse nicho do mercado.
“Quando olhamos a eólica, vemos o quanto a fonte cresceu e o mercado ainda tem a crescer muito. Como uma parte significativa da capacidade estão no litoral a boa prática aponta que é necessário que as redes de transmissão sejam subterrâneas. Não dá para economizar em um item do investimento em um projeto dessa dimensão que não representa um custo elevado quando comparado com o investimento total. Estudos indicam que a rede subterrânea tem confiabilidade 20 vezes maior quando comparada à aérea que é frágil e sujeita a diversas variáveis que podem danificá-la”, contou o executivo durante a 10ª edição do Brazil Windpower, realizado em São Paulo em parceria entre o GWEC, ABEEólica, Informa Markets – Grupo CanalEnergia.
Bento se auto-rotula como um otimista. Mas se baseia ainda no fato de que a manutenção tem sido vista como um item de importante da operação. No passado era considerado um patinho feio do setor por ser um gerador de custos. Essa mudança de comportamento veio com a norma NBR 55.000 que trata da gestão de ativos. Ele comentou que, com isso, o cabo que estava enterrado começou a ser considerado para ações de manutenção preditiva.
Hoje a companhia que ele dirige atende a toda a gama de redes subterrâneas no país, além de geradoras chega a distribuidoras também, apesar de apenas 2% da rede brasileira estar no subsolo. Para esses clientes, contou Bento, a empresa investiu em um laboratório equivalente ao encontrados na Europa e se preparou para oferecer além dos equipamentos produzidos na Áustria, sede da Baur, serviços especializados devido à alta complexidade e necessidade de análise de dados que requer essa atividade.
Hoje a empresa pode realizar testes e comissionamento chamados de VLF, sigla em inglês para frequência muito baixa, na tradução livre. Esses testes, disse ele, são importantes para evitar qualquer problema no circuito antes de receber a carga para a qual foi projetado. Essa necessidade apareceu junto com os primeiros parques eólicos que chegaram ao país juntamente com a engenharia que veio de fora no início da introdução da fonte no Brasil.
“Isso abriu um mercado importante para nós”, destacou Bento. “Hoje temos um centro de serviços que pensando na manutenção preditiva oferecemos diversos modelos de acordo com a necessidade do cliente, chamamos de mosaico de soluções, pois o equipamento é caro e ainda tem a influência da cotação do euro”, comentou. Mesmo com esse fator, acrescentou, a atividade que desempenha tem como meta prolongar a vida útil dos ativos em um momento em que a fonte chega a seu período de maturidade depois da curva de aprendizagem.