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A divisão de smart cities da Itron está animada com o andamento dos processos de concessão via Parcerias Público Privadas (PPP) da iluminação pública. Apesar de a maior de todas, a da cidade de São Paulo ter sido alvo de denúncias de favorecimento e ter sido retomado o processo com o relançamento do edital, há diversas ações no país. Somente nos últimos dias foram lançados os processos de duas capitais, Teresina (PI) e Porto Alegre (RS) e isso sem contar com as outras diversas cidades.
Esse mercado começou a se abrir depois que a iluminação pública passou a ser de responsabilidade das cidades e não mais das distribuidoras locais. E ao mesmo tempo com o avanço do conceito de cidades inteligentes iniciar o processo por este caminho ajuda ainda a estruturar a rede de comunicação que permitirá a expansão futura de outros serviços.
O diretor dessa divisão da Itron, Helder Bufarah, lembrou que o modelo para a concessão desse serviço é o mesmo em todo o país. A empresa, contou ele, não participa diretamente, mas pode ser beneficiada por se tratar de fornecedora de tecnologia. No foco da empresa para esses processos está a telegestão, softwares e sensores.
“Estamos animados com esses processos sim”, definiu ele. “Nossa participação está na parte analítica dos dados com os softwares plataforma de telegestão que podem gerenciar alarmes, dimerização dos pontos de iluminação e disponibiliza as informações para a parte de analytics que a concessionária possui”, relacionou o executivo.
Bufarah destacou que é importante o estabelecimento de uma plataforma escalável e que tenha como característica a interoperabilidade. Essa necessidade, continuou, se faz presente pelo volume de sensores e equipamentos que podem ser conectados a esses dispositivos primários que devem formar a rede inteligente baseada nos postes de iluminação pública, pois por maior capacidade que se tenha de produção são muitos dispositivos para uma empresa só fornecer.
“A tecnologia tem que ser aberta a todos, quando você compra um laptop não se preocupa se ele será reconhecido pelo seu roteador, com essa rede de cidades inteligentes tem que ser a mesma coisa, o protocolo tem que ser um só”, comparou.
Outra medida que pode vir no médio prazo é a discussão que corre na Agência Nacional de Energia Elétrica sobre o faturamento da iluminação pública. Atualmente, relatou Bufarah, a cobrança, que é feita por meio de uma taxa cobrada na conta de luz de todos os consumidores, considera a potência instalada informada pela concessionária e prefeituras multiplicada por 11 horas e 52 minutos. Esse período de tempo é fixo e desconsidera a região do país ou período do ano e as variações de duração dos dias e das noites.
Com o avanço da iluminação pública concedida a PPPs se faz possível a medição mais assertiva do consumo efetuado nesses pontos. Isso porque os dispositivos ali instalados podem ter um medidor embarcado e cuja precisão é elevada. “A Aneel está discutindo isso como uma das alternativas para melhorar e ser mais assertivo na medição e ter o correto valor dessa iluminação”, apontou. “Uma rede sem inteligência está se tornando inviável hoje em dia e por tudo isso estou otimista com o futuro e avanço das smart cities em diversas áreas”, finalizou ele.