A Casa do Ventos anunciou nesta terça-feira, 18 de junho, que fechou com a fabricante de aerogeradores Vestas contrato para o fornecimento de 445,2 MW em aerogeradores. As 106 máquinas do tipo V150-4.2 MW vão abastecer o complexo Rio do Vento, localizado no Rio Grande do Norte. Esse é o maior projeto já desenvolvido pela Casa dos Ventos e a maior contrato acertado pela fabricante. O investimento no projeto Rio do Vento é de R$ 2,4 bilhões. A energia do parque será destinada ao mercado livre, para autoprodução de energia.

Os equipamentos serão produzidos na fábrica da Vestas no Ceará. Com esse pedido, a carteira da Vestas sobe para 1.508 MW apenas oito meses após ela ter anunciado a produção do modelo no Brasil.

No ano passado, a Casa dos Ventos já tinha anunciado contrato de fornecimento de energia eólica com a Vale, que vai ser produzida pelo parque Folha Larga Sul e que também vão ter a Vestas como fornecedora dos equipamentos. De acordo com o diretor de novos negócios da Casa dos Ventos, Lucas Araripe, a empresa ainda negocia com os grandes consumidores que poderão ser abastecidos com a energia do complexo eólico e deve anunciá-los em breve. “O projeto tem sete SPEs, a gente vai alocar diferentes parceiros. Como é um parque muito grande, vai trazer vários consumidores”, avisa.

Araripe elogia a qualidade técnica do projeto Rio do Vento. Segundo ele, o alto fator de capacidade com grande escala permite tarifas competitivas no ambiente de contratação livre. “Os ventos lá são singulares”, observa. O complexo eólico pode ainda no futuro ser expandido para cerca de 1 GW, duplicando a capacidade. Outro atrativo do empreendimento é que há uma estação solarimétrica nele, o que indica que ainda pode abrigar uma usina solar. “A usina já nasce grandiosa, ela pode ser duplicada e tem capacidade de hibridização. É um negócio bem inovador, de benchmark”, observa Araripe à Agência CanalEnergia.

A Casa dos Ventos vem retomando os investimentos no setor eólico após ter vendido todo o seu parque operacional, que somava 1,1 GW. Desde então, ela já anunciou 600 MW nesse modelo de expansão, em que parte da capacidade dos projetos é viabilizada via leilão regulado e outra ela negocia com empresas contratos de longo prazo no mercado livre. As obras devem começar em fevereiro de 2020 e a previsão de começo da operação Rio do Ventos é ao longo do segundo semestre de 2021.

Embora tenha cadastrado projetos, a Casa dos Ventos não deve participar do leilão A-4, que será realizado no fim deste mês. A empresa deposita mais expectativas no leilão A-6, que terá demanda maior.