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A partir do próximo dia 1º de julho, os consumidores com carga a partir de 2,5 MW poderão consumir energia de fonte convencional, antes só permitida a clientes com cargas acima de 3 MW. Essa será a primeira flexibilização das exigências do mercado livre de energia desde que esse ambiente de contratação de energia foi criado, acompanhando uma tendência mundial em dar mais poder de escolha para o consumidor de eletricidade.
A decisão de reduzir as barreiras do mercado livre foi uma das últimas medidas tomadas pelo governo do ex-presidente Michel Temer em 2018. Em primeiro de janeiro de 2020, a régua será reduzida mais uma vez, agora para 2 MW.
Com isso, a reserva de mercado das fontes incentivadas ficará um pouco menor, o que não significará perda de clientes. Hoje os geradores de fontes como PCH, biomassa, eólica e solar tem um mercado exclusivo que obrigam os consumidores com cargas entre 0,5 MW até 3 MW a comprarem sua energia.
O vice-presidente da Comerc Energia, Marcelo Ávila, estima que a saída de um consumidor de energia incentivada para a convencional abrirá espaço para até 15 novas unidades migrem para o mercado livre, em função da energia incentivada que será liberada.
“A minha estimativa é que um consumidor grande saindo, abra-se um espaço para 10 ou 15 unidades migrarem”, disse o executivo, em entrevista à Agência CanalEnergia nesta sexta-feira, 21 de junho.
CERTIFICADOS VERDES EM ALTA
Segundo Ávila, a busca por energia limpa se tornou uma tendência entre as empresas, mesmo que a conta fique no zero a zero, mostrando que as corporações estão mais sensíveis as demandas da sociedade que valorizam cada vez mais negócios ambientalmente sustentáveis.
No caso de companhias internacionais, essa exigência por consumir energia renovável faz parte de uma diretriz global que precisa ser seguida por todas as filiais. Empresas como Google, Microsoft, Honda, Heineken, Ambev, L’Óreal e GM são exemplos dessa tendência.
A Comerc realizou um estudo para calcular os resultados do consumido de energia limpa pelos seus clientes nos últimos 9 anos. De 2009 a 2018, os clientes que consumiram energia elétrica gerada a partir de fontes ambientalmente amigáveis, como usinas eólicas, solares, biomassa e hidrelétricas, impediram que mais de 3,5 milhões de toneladas de gás carbônico atingissem a atmosfera.
A não emissão desse total de gases de efeito estufa equivale ao plantio de mais de 24,5 milhões de árvores no período. Só em 2018, o total de toneladas de CO2 suprimidas superou a marca de 669 mil, ou o equivalente a quase 4,7 milhões de árvores plantadas. Segundo Ávila, a Comerc Energia emitiu 5 mil certificados para empresas que consumiram voluntariamente fontes de energia limpas.
“No começo, até 2014 você tinha a sinalização econômica como principal drive para a empresa adquirir energia renovável. O que a gente percebe de lá para cá são duas situações: primeiro, a empresa decidiu entrar no mercado livre mesmo no zero a zero apenas para ter o certificado de energia renovável. O segundo ponto é que muita empresa que já está no mercado livre, mas não estava com a Comerc, vem para cá para que eu possa entregar o certificado de energia renovável. Isso é uma demonstração das empresas em querer mostrar para os seus consumidores, stakeholders, investidores e funcionários que eles estão no caminho certo da utilização de energia renovável”, disse o executivo.
Ávila contou que no passado a Comerc comprava energia sem observar muito a fonte. A preocupação era se o vendedor conseguiria entregar a energia em um preço razoável. Hoje, há uma estratégia de colocar pelo menos 15/20% do portfólio com fonte renovável.
Há muitos projetos de fonte solar e eólica que estão sendo viabilizado no chamado PPA corporativo, onde o consumidor vai ajudar a financiar o projeto com contratos de mais longo prazo firmados no mercado livre. “As geradoras mais espertas estão montando um combinado para oferecer um produto que atenda ao consumidor sem trazer risco para elas”, disse Ávila.
Na medida que as regras do mercado livre sejam flexibilizadas, o swap de energia incentivada para convencional vai abrir espaço para que empresas menores acessem o mercado de energia renovável.