A agência de classificação de risco Moody’s elevou a nota de crédito da Celesc de Ba3 para Ba2 na escala global e de A1.br para Aa3.br para escala nacional para a concessionária de distribuição da estatal catarinense. A perspectiva para ambas foi mudada de positiva para estável. Entre os fundamentos estão o progresso feito pelas companhias para assegurar a estabilidade financeira no longo prazo com baseis custos e a resolução de disputas acerca de passivos regulatórios que contribuíram com a expectativa da agência de que as métricas de crédito consolidadas permanecerão bem posicionadas dentro de uma categoria de rating mais alta.
Os ratings corporativos da Celesc, explicou a Moody’s, refletem um perfil de risco moderado, impulsionado principalmente por seu negócio de distribuição regulado, que responde por mais de 80% da geração de caixa consolidada. Os ratings incorporam a expectativa da agência de classificação de risco, de continuidade na melhoria dos fundamentos da área de serviços, que vêm crescendo acima da média nacional, e nas iniciativas de redução de custos da empresa para suportar o crescimento interno de geração de caixa.
Segundo o relatório divulgado, este crescimento é o resultado do equilíbrio entre o alto investimento de capital que precisa melhorar os indicadores de qualidade de acordo com as metas regulatórias, limitando o potencial de redução da alavancagem, um encargo de pensão elevado e a volatilidade do capital de giro devido à exposição de altos preços de energia em períodos de condições hidrológicas desfavoráveis.
Os ratings também consideram o benefício da entrada recente da EDP no conselho de administração da companhia, como o maior acionista minoritário, para apoiar a execução do plano de negócios e corporativo da Celesc.
Os ratings da Celesc-D, apontou a Moody’s, estão no mesmo nível da controladora devido às cláusulas de garantia e inadimplência embutidas nas várias dívidas emitidas que indicam um alto grau de vínculo financeiro entre a distribuidora e outras subsidiárias do grupo. Já em base individual, a visão de crédito para a concessionária incorpora um perfil de risco moderado impulsionado por seus negócios no mercado regulado em uma região de serviços relativamente pequena, porém desenvolvida, no estado de Santa Catarina.
“A Moody’s considera que o atual regime regulatório no Brasil oferece ajustes tarifários adequados em seu negócio de distribuição de eletricidade para compensar o programa de investimentos da companhia até o limite de R$ 230 milhões por ano e incompatibilidade intra-anual em custos operacionais não gerenciáveis associados a compras, transmissão e encargos setoriais, enquanto os custos excedentes são absorvidos pela geração interna de caixa da empresa”, apontou em relatório.
Já a perspectiva estável para ambos os ratings atribuídos incorpora a visão de que as métricas de crédito consolidadas da Celesc permanecerão adequadamente posicionadas para a categoria Ba2, conforme refletidas em um fluxo de caixa de operações antes do Capital de Giro para um coeficiente de endividamento acima de 20% e um índice de cobertura de juros acima de 3 vezes suportado pelo crescimento da geração operacional de caixa, devido à recuperação econômica da área de concessão da Celesc e à melhoria contínua dos esforços de redução de custos.