O mercado livre foi o ambiente que sustentou a contratação de energia no leilão A-4, realizado nesta sexta-feira, 28 de junho, em São Paulo. O leilão terminou com a contratação de apenas 81,1 MW médios, porém viabilizou 15 usinas, cuja potência somada ultrapassou os 400 MW de nova capacidade instalada. O preço médio de venda do leilão de R$ 151,15/MWh representou um deságio de 45,03%, economia de R$ 2,1 bilhões para os consumidores de energia elétrica. Os empreendimentos demandarão investimentos estimados em R$ 1,9 bilhão, gerando 4.500 empregos durante as obras.
Segundo o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME), Ricardo Cyrino, a maioria dos projetos vendeu entre 30% e 50% da energia, revelando a estratégia das empresas de destinar parte da energia ao mercado livre, onde os preços são melhores. “O que vimos é que o mercado livre tem viabilizado a expansão de energia elétrica do Brasil”, disse o executivo a jornalistas. “Na nossa visão, dentro do que era esperado, o leilão foi um sucesso”, afirmou Cyrino.
A energia solar atingiu um novo recorde mundial, com projetos vendendo energia a R$ 64,99/MWh, equivalente a US$ 17,02/MWh. Os projetos ficam no Ceará e são da Enerlife Energias Renováveis. O menor preço registrado de energia solar no mundo aconteceu no México, cotado a US$ 19,70.
O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, lembrou que a maioria das usinas estão localizadas no Nordeste do país. “Esses empreendimentos certamente ajudaram esses estados”, disse o executivo se referindo a Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte.
Outro destaque positivo foi a contratação de cinco pequenas centrais hidrelétricas, que juntam somam 81,31 MW de capacidade instalada. Esses projetos demandarão R$ 454 milhões para serem construídos. As usinas precisam entrar em operação em janeiro de 2023.
“A contratação foi uma divisão feita pelo governo, considerando geração e emprego, mas não dá para extrapolar isso para todos os leilões. Não podemos usar isso como regra ou viés para os próximos leilões”, disse Erik Rego, diretor de Energia Elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A contratação eólica se resumiu a três projetos, somando 95,2 MW de capacidade instalada. O preço médio de venda foi atingiu R$ 79,99/MWh, o equivalente a US$ 20,94/MWh.
Sagraram-se vendedores as empresas Celesc, Cemig, Iberdrola/Neoenergia, Voltalia, Canadian Solar, Enerlife Energias Renováveis, Estelar Engenharia, Caviza Participações Societárias e Atiaia Energia.
A Sonora viabilizou a construção de uma usina a biomassa de 21,39 MW de capacidade instalada no Mato Grosso do Sul. O preço de venda foi de 179,87/MWh, deságio de 42,12% em relação ao preço inicial de R$ 311/MWh.