A Neoenergia finalizou o processo de oferta pública de ações na B3 nesta segunda-feira, 1º de julho. Com isso, a companhia passou a integrar o grupo de empresas classificada como Novo Mercado, que possui regras de governança corporativa específicas. Com a oferta de ações, a Iberdrola segue como controladora da companhia com participação acionária de 50%, mais uma ação. O Banco do Brasil, presente no capital da empresa desde 1997, vendeu sua fatia de 9,3% e a Previ reduziu sua participação para 32,9% ante os 38,2% antes da oferta.
O CEO da Neoenergia, Mário Ruiz, lembrou que esse evento foi mais um passo desde que houve a reorganização societária de junho de 2017. Na ocasião, a Iberdrola assumiu o controle das empresas com a integração da Elektro ao grupo. “Essa é a conclusão daquele processo de junho de 2017 com uma operação exitosa e que o mercado reconheceu”, comentou o executivo.
Ruiz evitou falar em investimentos e estratégias após a operação até porque as regras do mercado de capitais obriga a empresa a não dar indicadores por pelo menos um mês. Somente a partir de agosto que a companhia poderá começar a falar sobre esses assuntos. Em geral, a empresa tem um plano de investimentos de cerca de R$ 30 bilhões no ciclo 2018 a 2022, revelado em evento anual realizado pela Iberdrola no mês de abril, em Londres.
“Temos um histórico de crescimento no Brasil”, afirmou o CEO da empresa. “A estratégia da empresa é de crescer e isso se dará em nossas áreas de atuação em distribuição, continuaremos investir em geração por meio de fontes renováveis e nas oportunidades na infraestrutura energética brasileira”, acrescentou.
Ruiz classificou as críticas que a empresa recebeu recentemente acerca de sua agressividade tanto na disputa pela Eletropaulo quanto em leilões de transmissão, como injustas. E um reflexo foi o bem sucedido IPO que resultou no evento desta manhã na sede da B3. Em um rápido evento ele e a diretoria da Neoenergia abriram simbolicamente o pregão de hoje, marcando o início das negociações de ações da empresa no mercado brasileiro.
No primeiro dia de negociações, os papeis da Neoenergia na B3 estavam cotadas a R$ 16,91 ante a abertura de R$ 16,60. O valor mais alto registrado foi de R$ 17,22 perto das 10:30 horas, de acordo com a B3.
Empresa em números
A empresa está presente em 18 estados. Atende a 14 milhões de clientes em suas quatro distribuidoras no país, a Coelba (BA), Cosern (RN), Celpe (PE) e Elektro (SP/MS).
Possui investimentos em transmissão por meio de três empreendimentos em operação com 679 quilômetros de extensão e outros 10 estão em construção e somam 4,7 mil km. Em geração possui 17 parques eólicos em operação com 516 MW em operação e outros 15 estão em construção, que quando prontos colocarão mais 471 MW em capacidade instalada. Além disso, possui seis UHEs em operação e uma em construção com 3 GW de potência acumulada. Ainda há uma térmica a gás natural com 533 MW. Em comercialização, a empresa aponta um crescimento de 10% nessa atividade no ano passado, com a venda de 1,5 GW médios.