Deputados da oposição lançaram nesta quarta-feira, 3 de julho, cinco frentes parlamentares contra a privatização de empresas do grupo Eletrobras. A pauta é encabeçada pelos deputados Henrique Fontana (PT-RS), Pedro Uczai (PT-SC), Erika Kokay (PT-DF), Zé Carlos (PT-MA) e Danilo Cabral (PSB-PE).

Segundo o deputado Pedro Uczai, a energia é um direito social e não pode virar mercadoria. Ele afirma que o setor elétrico é estratégico para a soberania nacional e a Eletrosul, para ele, começou a perder força quando a geração foi privatizada durante a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso.

“Nós não admitiremos a privatização do sistema Eletrobras. E, no caso da Eletrosul, é mais grave: eles querem incorporar a Eletrosul à CGTEE (Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica), cuja empresa é deficitária, mal administrada, e para criar uma perspectiva de incentivo tributário para depois privatizar.”

A CGTEE, citada por Uczai, é uma das subsidiárias da Eletrobras, que pode ser incorporada à Eletrosul. A CGTEE surgiu da cisão da antiga Companhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul. Segundo o deputado, a primeira medida da frente, que tem mais de 220 deputados, é articular ações com as bancadas da região Sul e de Mato Grosso para evitar a incorporação da Eletrosul à CGTEE.

A frente será instalada na semana que vem, assim como a Frente Parlamentar em Defesa da Eletrobras e do Setor Elétrico, que tem 210 assinaturas para adesão, e a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Eletronorte, que já tem a adesão de 232 deputados e 11 senadores. Zé Carlos, que coordena a da Eletronorte, diz que não basta trabalho de gabinete com a formalização das frentes.

“Nós temos que sair desta Casa e ir para as cidades, para os municípios, fazer a conscientização da sociedade sobre o que o governo está querendo. A luta não será ganha somente aqui no Congresso. Aqui é uma parte importante. Mas fundamentalmente ela será ganha nas ruas.”

A Eletrobras lucrou pouco mais de R$ 13 bilhões em 2018, em razão da redução de contratos da usina nuclear de Angra 3 e da venda de subsidiárias de distribuição de energia deficitárias. O valor de mercado do sistema Eletrobras pode alcançar R$ 400 bilhões, segundo representantes das frentes parlamentares.

Com informações da Agência Câmara.