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A região Centro-Oeste é conhecida por ser uma grande produtora agropecuária. Em suas imensas planícies o que se vê até onde a vista alcança é verde de diversas tonalidades resultado das poucas diferentes culturas daqueles estados. Em meio a esse cenário que se mistura ainda a pecuária, os sertanejos começam a se acostumar a um novo item a dividir a paisagem local, painéis solares fotovoltaicos.

De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica, o estado de Goiás possuía até o dia 3 de julho, 3.235 usinas, ou algo como 3,7% do total do país. Em termos de potência instalada são 36.653 kW, ou 3,4% de todos os sistemas de micro e mini geração distribuída no Brasil.

Apesar dessa participação modesta no cenário nacional, a tendência é de que os volumes aumentem ao longo de 2019. Um dos responsáveis por esse caminho é a BC Energia, empresa que completou em 2019 cinco anos de atuação, apenas dois na geração distribuída desde que foi aberta a possibilidade de enquadrar projetos existentes como GD. A empresa, fundada e comandada por Alessandro de Brito Cunha, energizou há cerca de 15 dias a primeira planta híbrida do estado de Goiás, a UFV Rio Bonito, com 1,3 MWp, que fica na mesma área das fases I e II da CGH de mesmo nome, no município de Caiapônia (GO). Esse investimento foi realizado em parceria com a Engie. A aquisição da CGH veio em 2017, apesar de já negociarem a energia por meio da comercializadora do grupo.

UFV Rio Bonito, energizada 15 dias atrás, no estado de Goiás

Não muito longe dali, no Rio Monte a empresa está construindo outra planta solar de mesma capacidade, mas dividida em três usinas separadas e que no futuro pode estar associada a outra CGH, de até 500 kW de potência e que está em processo de licenciamento ambiental. Ali a BC aguarda a aprovação projeto da subestação por parte da Enel GO para dar continuidade ao empreendimento e conectá-lo à rede de distribuição em 34,5 kV que passa ao lado da planta.

Mas estes são apenas os dois primeiros investimentos da BC Energia nessa modalidade de geração. De acordo com o executivo, a empresa já começa a se organizar para erguer mais três plantas fotovoltaicas de 1,3 MWp em áreas a cerca de 100 km de Goiânia, as UFV Araçu 1,2 e 3. “Todos esses projetos já possuem contratos com clientes. Esse é o nosso modelo de negócio, antes de iniciar os investimentos temos o contrato assinado, quando entra em operação a energia já está com a garantia da venda, isso traz segurança para a empresa”, explicou ele.

No total, a empresa possui 2,56 MWp instalados e mais 3,7 MWp em desenvolvimento. Na fonte hídrica possui 1,9 MW em potência instalada e mais 0,5 MW em desenvolvimento. Nos cálculos da companhia já foram investidos R$ 20 milhões somente em geração. “Nosso projeto é de continuar investindo, projetamos mais R$ 40 milhões até o final de 2020”, estimou o presidente da BC.

Além de operar no modelo de geração distribuída, os planos da BC contemplam sua entrada na autroprodução – também em solar – para atender a clientes no mercado livre. Essa iniciativa vai no sentido de se preparar para o crescimento da migração do ACR para o ACL onde consumidores de menor porte preferem contratar energia nesse modelo pois não querem se aventurar em um campo que não é seu core business. “O benefício de redução de custos com energia depende da carga, mas podemos projetar algo que pode variar em uma faixa entre 15% a até 25% em alguns casos”, apontou o executivo.

Em entrevista à Agência CanalEnergia, Cunha estimou que até o final de 2019 a companhia poderá chegar a 10 plantas solares na mesma magnitude das anteriores. Segundo ele, faltam cinco, mas é possível alcançar essa meta. “Já temos clientes prospectados que seriam o suficiente para alcançarmos essa meta”, disse ele, apontando que a empresa deverá chegar também a Brasília com suas usinas. “A fonte será a solar por ser de mais rápida implantação”, acrescentou.

Barragem da CGH Rio Bonito, no rio de mesmo nome em Caiapônia (GO).

Esse modelo de autoprodução, estimou o executivo, pode ser o caminho que o mercado nacional deverá seguir no futuro próximo. Historicamente, lembrou, a expansão esteve atrelada à entrada de projetos nos leilões da Aneel que são destinados a atender a demanda no mercado regulado, mas como o país vem encarando o aumento do ACL, essa tendência deverá mudar com o tempo. “Estamos dedicado tempo para elaborar estudos sobre a expansão do sistema e vemos que a solar terá um papel importante, ainda mais com a chegada do preço horário”, avaliou.

A empresa começou suas atividades ainda em 2011, como escritório de advocacia especializado no setor elétrico em Goiânia. Com o avanço das questões envolvendo os tribunais que permearam este mercado a partir de 2012 a empresa começou a entender mais do setor e viu uma oportunidade de negócios ao passo que se aprofundava no funcionamento do mercado livre.

A partir de 2013 começou a estruturação da comercializadora independente e começou o contato com o mercado para se apresentar. A empresa ficou apta a operar na CCEE em agosto de 2014 negociando energia de clientes com quem trabalhava e posteriormente veio a aquisição de duas CGHs em Goiás, todas no mercado livre. Antes, contou Cunha, ele já era sócio em uma PCH em Rondônia, também no ACL.

Ainda fazem parte do Grupo BC Energia uma empresa de serviços e consultoria, surgida entre o final de 2015 e início de 2016 com o aumento da migração de consumidores para o ACL. Desde dezembro de 2018 participa da Lux Comercializadora, que tem como característica atuar no trade de energia em São Paulo. Nessa empresa a BC possui 50% de participação, mas mantém uma atuação independente.

*O repórter viajou a convite da BC Energia