Completando 20 anos de operação, o Sistema Aberto de Gerenciamento de Energia continua mostrando sua importância para o setor. Desenvolvido pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica, ele é responsável pelo armazenamento e análise em tempo real de todos os dados obtidos de várias fontes do sistema. Para Ayru Leal Filho, do departamento de  automação de sistemas do Cepel, o sistema chegar a essa idade mostra que ele está no caminho certo de acompanhar a tecnologia do setor e atender as mudanças do setor. “É uma comprovação das escolhas feitas na fase de projetos” explica, em evento comemorativo no Cepel realizados nesta sexta-feira, 5 de julho, no Rio de Janeiro (RJ).

Segundo ele, antes do Sage os sistemas duravam de cinco a sete anos, enquanto o Sage não precisa ser trocado nem fica preso a nenhuma tecnologia em particular. “A grande inovação foi quebrar essa ideia e construir um sistema de evolução contínua”, revela. O Sage é usado em cerca de 1.400 instalações e tem mais de 200 empresas usuárias. Para o futuro, Leal Filho cita a incorporação das medições sincrofasoriais, que são medições que oferecem mais detalhes de eventos do sistema elétrico, antecipando problemas. A Geração Distribuída vai pedir adaptações no sistema nas ferramentas que analisam a rede elétrica para entender o fluxo multidirecional

Na cerimônia, o diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Eduardo Barata, também ressaltou a importância do Sage, lembrando que os principais vendedores da época não queriam a sua criação, uma vez que ele trazia concorrência para eles. Segundo ele, no começo, nem mesmo as empresas do grupo Eletrobras usavam o Sage. Barata considerou a proposta do Cepel em conjunto com a Siemens como arrojada, já que ela continha aspectos vantajosos únicos.

Ele considera o sistema como excepcional, por ser escalável e ter os atributos que o operador julga importantes em um sistema. “Hoje ele é fundamental, não dá para operar um sistema como esse sem as características do Sage”, aponta.