A Agência Internacional de Energia estabeleceu uma comissão global independente de alto nível para examinar como o progresso na eficiência energética pode ser rapidamente acelerado por meio de novas e mais fortes ações políticas. São 19 membros que incluem atuais e ex-ministros de energia e meio ambiente da Dinamarca, Alemanha, Irlanda, Japão, Luxemburgo, Marrocos, Nova Zelândia e Espanha, altos executivos e líderes de pensamento de todo o mundo.
O foco do novo painel de eficiência energética estará nas principais ações políticas que podem ser tomadas pelos países em todo o mundo. O grupo produzirá uma lista de recomendações claras e acionáveis já no próximo ano. Os planos para a comissão foram anunciados na semana passada na maior conferência global da entidade sobre o tema, realizada em Dublin, Irlanda.
O Dr. Amani Abou-Zeid, Comissário da União Africana para Energia e Infra-estrutura, e o Dr. Wan Gang, ex-ministro Chinês da Ciência e Tecnologia, que é conhecido como o “pai dos veículos elétricos” na China, também concordaram em participar. O primeiro-ministro Leo Varadkar, da Irlanda, será o presidente honorário da comissão. Os líderes empresariais que participam incluem Ben van Beurden, o diretor executivo da Royal Dutch Shell, Lisa Davis, diretora executiva de gás e energia da Siemens, e Gil Quiniones, presidente da New York Power Authority.
De acordo com o comunicado da AIE, mais do que qualquer combustível individual, a eficiência energética tem um papel central a desempenhar no cumprimento das metas globais de energia sustentável. A entidade calcula que, com as políticas certas, a economia global poderia dobrar de tamanho até 2040, mantendo ainda o mesmo nível de uso de energia de hoje. Somente essas políticas, analisou, permitiriam que o mundo atingisse mais de 40% dos cortes de emissões necessários para atingir as metas climáticas internacionais usando tecnologias de baixo custo já disponíveis.
Contudo, reconhece que a implementação de políticas diminuiu e o progresso da eficiência está enfraquecendo. As emissões globais de CO2 relacionadas à energia aumentaram no ano passado na maior taxa desde 2013, e a poluição do ar continua ligada a milhões de mortes prematuras a cada ano. Segundo estimativas da agência internacional, se os países implementassem todo o potencial economicamente viável de eficiência energética que está disponível hoje, os consumidores em todo o mundo poderiam economizar mais de meio trilhão de dólares.