O primeiro semestre de 2019 viu uma desaceleração nos investimentos em energia renovável. O valor ficou 14% menor para US$ 117,6 bilhões globalmente. O maior motivador dessa queda vem da China, 39% menor do que o verificado no mesmo período de 2018. Aquele país aplicou US$ 28,8 bilhões, o menor montante para um semestre desde 2013. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 10 de julho, pela BloombergNEF (BNEF).
De acordo com a BNEF, esse movimento deve-se ao movimento do governo local de estabelecer tarifas para novos leilões nas fontes solar e eólica. A BNEF destacou ainda que os números para o primeiro semestre de 2019 provavelmente superestimem a gravidade dessa desaceleração. Contudo, espera que um leilão solar no mercado chinês aconteça agora para levar a uma corrida de novos financiamentos de projetos fotovoltaicos. Além disso poderão ser vistos vários grandes negócios em eólica offshore no segundo semestre.
Outro destaque da consultoria se dá pelo financiamento de projetos multibilionários em dois novos mercados. O primeiro é um complexo termossolar e associado a fotovoltaico em Dubai com 950 MW e US$ 4,2 bilhões de valor. O segundo são dois projetos eólicos offshore em Taiwan cuja potência instalada é de 640 MW e de 900 MW ao custo estimado de US$ 5,7 bilhões.
Os três maiores mercados mundiais – China, EUA e Europa – mostraram quedas, mas os EUA registraram um recuo mais modesto, de 6%, com US$ 23,6 bilhões, e a Europa, 4%, para US$ 22,2 bilhões, comparados aos seis primeiros meses de 2018, “índices menores que os 39% da China”, destacou o BNEF.
Na contramão está o Brasil. De acordo com os dados apresentados no relatório o país apresentou uma elevação de 19% nos aportes na comparação entre os dois períodos. Foram investidos US$ 1,4 bilhão. O Japão atraiu US$ 8,7 bilhões, alta de 3% e a Índia US$ 5,9 bilhões, alta de 10% até 2022.
Na Europa, a Espanha teve US$ 3,7 bilhões, 235% acima do mesmo período do ano anterior, enquanto a Holanda foi 41% menor, US$ 2,2 bilhões, Alemanha com queda de 42%, US$ 2,1 bilhões, Reino Unido com alta de 35% e US$ 2,5 bilhões. Na França houve recuo de 75%, para US$ 567 milhões. A Suécia viu o investimento crescer 212%, para US$ 2,5 bilhões, e a Ucrânia, de 60%, para US$ 1,7 bilhão.