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Desde junho, a plataforma de investimento multissetorial Platta está oferecendo o primeiro projeto de crowdfunding para um empreendimento de energia renovável no Brasil. A meta da CGH Bortoloso (SC – 1,5 MW) é arrecadar R$ 300 mil em cotas de R$ 1 mil para um equity de 2,5% para a construção da usina. De acordo com Miguel Segundo, desenvolvedor de negócio da Platta, há uma demanda de pequenos investidores para a área de energia e projetos que querem investidores sem que eles interfiram no negócio. “Tinha gente que não possuía um volume tão grande de dinheiro para investir mas que tinha interesse no setor”, explica.
A expectativa é que o crowdfunding no setor elétrico tenha bons resultados como aferidos nas startups e no setor imobiliário. A promessa é de rentabilidade de 1,1% a 1,5% ao mês. A rentabilidade acontece a longo prazo no setor, através da distribuição de dividendos. Segundo conta que a operação está amparada por uma regulação da Comissão de Valores Mobiliários de 2017. As cotas vão se converter em ações da SPE que vai operar a CGH, de forma a blindar o investidor de riscos no período das obras. Após essa etapa, ele se torna acionista preferencial da usina, com direito a receber dividendos. A CGH deve começar a operar em setembro ou outubro e em dezembro já deve haver distribuição de dividendos.
CGH Bartoloso, em Santa Catarina: operação em setembro ou outubro
A usina vai adotar o modelo de Geração Distribuída Compartilhada com uma cooperativa. Esse modelo na opinião do desenvolvedor da Platta se mostrou mais interessante que comercializar a energia nos ambientes livres ou regulados. Pela regulação da CVM, a captação deverá ser feita em seis meses. A captação poderá ser interrompida se a meta de R$ 300 mil for atingida antes desse prazo. Caso a operação não alcance pelo menos dois terços do valor pretendido, ela é cancelada.
O aporte por meio da Platta será direcionado para a construção da barragem da CGH, que terá cerca de dois metros, além da estrutura civil da casa de força, para abrigar as turbinas. A turbina está sendo construída no Rio XV de Novembro. A CGH, que vai receber investimentos de R$ 12 milhões, vai alugar os equipamentos para uma cooperativa formada por consumidores comerciais de baixa tensão, conectados ao sistema da Celesc. A MSul Energias Renováveis é uma das sócias do projeto, além de investidores do Paraná e de Santa Catarina e de alguns dos fundadores da Platta.
Captação da usina pela plataforma de crowdfunding
O interesse vem sendo satisfatório, conta Segundo. Em menos de um mês, pouco mais de 11% dos investimentos já foram acertados. Com uma boa perspectiva, ainda haverá campanha em meios digitais. “Como é uma modalidade nova tanto para o setor quanto para conhecer, estamos em uma fase de muitos questionamentos do investidor”, revela.
O modelo de mútuo conversível foi elaborado para afastar riscos durante a construção da obra. Caso haja algum imprevisto durante as obras, o investidor está blindado. Depois da obra, o risco do negócio passa a ser o hidrológico. Os dividendos serão distribuídos por trimestre. O mútuo também faz com que não haja necessidade de ida ao mercado spot para suprir energia não gerada.
Conversas já foram iniciadas para crowdfunding com usinas solares e movidas a biomassa para que uma nova operação seja lançada até o fim do ano. A opção pela CGH veio pelo fato da usina estar em estágio avançado e pela Platta já conhecer a MSul, uma das investidoras da Bartoloso.