A proposta de capitalização da Eletrobras será apresenta ao presidente Jair Bolsonaro nas próximas duas semanas, disse o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em entrevista à Globo News, na noite da última quarta-feira, 10 de julho. O que está definido é que a privatização da forma como conhecemos está descartada, uma vez que esta proposta enfrentaria muita resistência por parte do Congresso Nacional.

“Trabalhamos junto com o Ministério da Econômica e com outros setores do governo e chegamos à conclusão de que a privatização não é o melhor caminho. Mas sim a capitalização. Inclusive em termos de preservação do patrimônio existente e também de ser um modelo que entendemos que tem mais viabilidade de aprovação por parte do Congresso Nacional”, disse Albuquerque.

Segundo o ministro, a aprovação da Reforma da Previdência vai trazer de volta o otimismo do mercado. Além disso, o problema do risco hidrológico está em vias de ser resolvido, trazendo segurança regulatória e jurídica e previsibilidade para o investidor.

Albuquerque disse que o processo de capitalização da Eletrobras é importante para a empresa seguir investindo na manutenção de seu market share no setor, que é de 30% na geração de energia e de 50% na transmissão de energia.

Segundo o ministro, o modelo de capitalização é o mais utilizado no mundo para empresas do porte da Eletrobras. O estado deverá reduzir a participação acionária na elétrica, permitindo que outros acionistas entrem no negócio. Albuquerque garante que o Estado ficará com uma participação minoritária. Será estabelecido um limite acionário máximo que poderá ser comprado por um único acionista, de modo a evitar que o controle da empresa seja tomado por um único investidor.

“Esse modelo nós ainda estamos finalizando… Eu e o ministro Paulo Guedes pretendemos apresentar isso para o presidente Bolsonaro na próxima semana ou na outra, para que ele aprove o modelo que vai ser encaminhado ao Congresso”, disse Albuquerque.

Pelas contas do MME, o processo de capitalização pode render entre R$ 30 e 36 bilhões; ao menos R$ 18 bilhões poderão ir para o caixa da União. O valor de mercado da Eletrobras está estimado em R$ 50 bilhões, segundo Albuquerque. Itaipu e Eletronucluear estão fora desse processo.