O consumo de gás natural no país chegou a marca de 54,45 milhões de metros cúbicos/dia em maio, crescimento de 4,67% em relação a abril, quando chegou a 52,02 milhões, mas com retração de 8,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando atingiu a marca de 59,46 milhões,  e de 1,77% frente aos acumulados deste ano com 2018. Os números fazem parte de levantamento estatístico da Abegás realizado com concessionárias de todas regiões do Brasil.

Por sua vez o consumo industrial do gás aumentou 1,33% em relação ao mês anterior, e de 5,91% na comparação com maio de 2018. No acumulado do ano, a indústria mostra uma evolução de 3,32% frente a média de janeiro a maio de 2018. O presidente executivo da Associação, Augusto Salomon, lembrou que a base de comparação do resultado é com os números de 2018, estes impactados pela greve dos caminhoneiros. No entanto, ressaltou a boa variação no segmento industrial: “Esse crescimento de 3,32% no acumulado da indústria, acima do PIB até aqui, mostra que essa evolução tem consistência. Nossa expectativa é que, com as medidas certas para o setor, esse crescimento possa ser ainda mais sólido no futuro”, comentou.

Para ele, o acesso às rotas de escoamento, unidades de processamento e terminais de GNL são medidas fundamentais que irão permitir a entrada de mais ofertantes e, consequentemente, promoverão a concorrência no setor. “As distribuidoras estão prontas para fazer os investimentos em infraestrutura de distribuição”, afirmou Salomon, acrescentando também ser um equívoco afirmar que a inexistência, de fato, do mercado livre, seja responsabilidade das distribuidoras.

Segundo dados apresentados pelo executivo, a remuneração bruta das concessionárias equivale a 17% da tarifa de distribuição, que remunera os investimentos e serviços prestados ao consumidor, com qualidade e segurança. Os outros 83% equivalem ao custo da molécula, do transporte e impostos. “A distribuição é um monopólio natural que deve ser aprimorado com regulação técnica e com os melhores benchmarks”, assinalou o presidente da Abegás. Em maio, o número de clientes que consomem gás natural chegou a 3 milhões e 550 mil, número de medidores nas indústrias, comércios e residências e outros pontos de consumo.

Salomon ainda afirmou que o gás chegará a preços mais competitivos na medida em que a infraestrutura aumente. “É preciso interiorizar a rede de gasodutos e expandir a infraestrutura do setor para que tenhamos condições de distribuir o gás natural do Pré-sal, gerando empregos e renda ao Brasil”. Ele se diz confiante na condução do assunto pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que tem trabalhado em conjunto com o Ministério da Economia para levar o país a um ambiente que crie medidas que respeitem contratos firmados e resguardem a segurança jurídica.

Consumo por segmentos e regiões

Na análise dos demais segmentos, o setor Automotivo apresentou elevação de 1,9% no uso de Gás Natural Veicular (GNV) em relação ao mesmo período do ano anterior, além de acumular alta de 6,1% em 2019, seguindo o combustível competitivo em todo o país. O setor Comercial registrou alta de 4,4% frente a maio de 2018 e acumula alta de 10% no ano. Já o Residencial contou com retração de 8,4% na comparação com o mesmo mês de 2018. O recuo é sazonal, uma vez que as temperaturas estiveram mais elevadas em 2019, reduzindo o consumo residencial no período.

A geração elétrica aumentou no período, com o consumo termelétrico subindo 20,1% em relação a abril. Entretanto, na comparação com maio de 2018, a retração é de 32,4%. A Cogeração acompanhou o segmento industrial, mostrando crescimento de 1,7% em relação a maio de 2018 e 4,3% no acumulado do ano.

Na avaliação regional, os destaques em relação a maio de 2018 foram as altas de 104,5% no consumo comercial do Norte, de 26,6% e 5,5% nas demandas industriais no Sul e Sudeste e o crescimento de 44,4% no consumo residencial do Centro-Oeste. O Nordeste também se sobressaiu pelo aumento de 6,8% na demanda comercial do gás e de 6,6% por parte do setor automotivo.