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A brasileira Renovigi tem se destacado no mercado de geração solar distribuída apresentando um crescimento de 2.840% nos últimos quatro anos. Em 2015, o faturamento da empresa com sede em Chapecó, em Santa Catarina, era de R$ 5 milhões. Em 2018, a empresa encerrou o ano com R$ 150 milhões e já projeta fechar 2019 com uma receita de aproximadamente R$ 500 milhões.

Segundo Alcione Belache, CEO da Renovigi, a meta inicial para este ano era chegar a R$ 300 milhões de faturamento. No entanto, de janeiro a março, a empresa conseguiu superar a receita de todo o ano de 2018, mostrando que a companhia está em uma fase de crescimento acelerado. “Acreditamos que se não chegarmos nos R$ 500 milhões, aos R$ 450 milhões a gente chega com certeza”, disse o executivo em entrevista à Agência CanalEnergia.

Foco na satisfação do cliente. Alcione Belache, CEO da Renovigi

A Renovigi já detém mais de 15% do mercado brasileiro de geração solar distribuída, com mais de 450 mil painéis instalados no país, algo próximo de 140 MW de potência, equivalente a capacidade instalada da hidrelétrica de Bariri (143 MW), no rio Tietê, em São Paulo. Com os projetos previstos para este ano, a Renovigi espera aumentar seu market share para 25% até o final de 2019.

Dados de julho da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) apontam que a geração solar distribuída – aquela em que a usina está conectada junto ao consumidor final – já alcançou a capacidade instalada de 919,8 MW no Brasil. O primeiro GW deverá ser atingido nos próximos meses.

A Renovigi nasceu três meses depois da regulamentação da geração distribuída no Brasil, em agosto de 2012. Segundo Belache, o sucesso da empresa pode ser explicado por três motivos. Primeiro, a companhia resolveu focar seu negócio em geração solar. “Apesar de algumas tentações para a gente atuar na parte de eólica e mini PCHs, a gente focou o nosso negócio em energia fotovoltaica”.

Segundo, é o foco na satisfação do cliente. “Qualquer item que der problema no cliente final, a gente imediatamente faz a troca sem que o cliente precise levantar da cadeira”, garantiu o executivo, que tem o cantor Michel Teló como garoto propaganda. Em pesquisa realizada pela consultoria Greener, a Renovigi foi considera a empresa que presta o melhor suporte para geração solar distribuída no Brasil.

O terceiro item de sucesso é a escolha de parceiros que fornecem os melhores equipamentos, bem como o constante treinamento e transferência de cultura organizacional às equipes de instaladores. A chinesa Risen Energy CO é a principal fornecedora de painéis solares, junto com a BYD e a Canadian Solar. Os inversores são fabricados pela chinesa Ginlong Solis e as estruturas de fixação são importadas de forma personalizada para atender ao mercado brasileiro.

“Conseguimos entregar um produto diferenciado ao mercado, com certificação Inmetro, selo Anatel, garantia diferenciada, com troca imediata de equipamentos se constatado defeito, além de termos a nossa própria marca nos sistemas. Essa personalização também nos permite entregar as soluções que qualquer país necessita, já que cada um possui as suas regras e leis”, explicou Belache.

EXPANSÃO INTERNACIONAL

O CEO da Renovigi, Alcione Belache, contou que estuda expandir seu negócio para outros países da América do Sul, como Colômbia, Argentina, Uruguai e Chile. O plano de atuar em outros mercados faz parte da estratégia da empresa de se proteger de uma eventual desaceleração do mercado brasileiro, cuja revisão da regulamentação está em estudo pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Na avaliação do executivo, o início da cobrança da taxa pelo uso da rede elétrica deverá impactar o tempo de retorno dos sistemas solares, que hoje está em 4 anos dependendo da tarifa de energia de cada concessionária. “O que vai acontecer é voltarmos a ter um payback entre 6 e 7 anos, como era há três anos”, disse.

Para Belache, caso a mudança na regulamentação se confirme, os negócios não serão inviabilizados no país. Contudo, a mudança da regra do jogo com a partida rolando cria um ambiente de instabilidade regulatória que pode afugentar investidores. A Aneel argumenta que a mudança na regra é necessária, pois a atual metodologia cria um subsídio cruzado em desfavor da população mais carente.