O Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, participou na última quarta-feira (17) da cerimônia que marcou o acionamento da 14ª Unidade Geradora da hidrelétrica de Belo Monte (PA), que chega a marca de 8.788 MW de potência instalada, tornando-se a maior geradora de energia 100% brasileira ao superar a capacidade de produção da Usina de Tucuruí (8.535 MW) e a contribuição da parte brasileira de Itaipu (7.000 MW), atendendo a 60 milhões de brasileiros, do Norte, Nordeste e Sudeste do país através do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Em sua visita, Bento sobrevoou as estruturas da UHE, passando pelo Reassentamento Urbano Coletivo (RUC) Pedral, a Barragem e Casa de Força Complementar Pimental, o Vertedouro, Sistema de Transposição de Peixes, Canal de Derivação, Reservatório Intermediário e a Casa de Força Principal da usina. O ministro declarou que a construção de Belo Monte “proporciona e proporcionará muito mais que hidroeletricidade”, citando o desenvolvimento regional, compromissos sociais, responsabilidade ambiental, preservação cultural e educação, além da “inovação em tecnologia do Brasil, feita por brasileiros, e sobretudo intensa integração com a população local”, acrescentou.

Na sua avaliação, o empreendimento foi concebido em respeito ao meio ambiente e aos usos múltiplos dos recursos hídricos, mesmo sendo a geração hidrelétrica atividade não consumidora de água. “Os projetos obedeceram às melhores práticas, princípios legais e regulatórios, incorporaram medidas mitigadoras e compensações exigidas pelos órgãos competentes no processo de licenciamento ambiental, respeitou as populações atingidas e particularmente os povos indígenas e as comunidades tradicionais”, destacou.

A entrega das obras está prevista para o último trimestre deste ano, com o funcionamento das 24 turbinas totalizando 11.233,1 MW de potência. Será a conclusão de um ciclo de nove anos de implantação, com investimentos estimados em R$ 42 bilhões. A usina está inserida dentro de um complexo hidrelétrico, localizado no município de Vitória do Xingu, sudoeste do Pará, e formado por duas Casas de Força que equivalem a duas usinas: uma principal, com capacidade de 11 mil MW e outra complementar, com 233,1 MW, chamada de UHE Pimental.

Durante seu discurso, Bento Albuquerque afirmou que a ampliação da usina “é capaz de contribuir fortemente com a garantia de suprimento ao sistema interligado, com energia estável e na quantidade necessária para as demandas da sociedade e do crescente parque industrial brasileiro”. O ministro finalizou agradecendo ao Presidente Jair Bolsonaro e falou sobre a emoção ao constatar a grandiosidade e a complexidade do projeto e o que ele representa. “Tive o privilégio de conhecer no dia de hoje, de que a engenharia, o empreendedorismo e a indústria nacionais estão prontos a responder com a qualidade e com a presteza que a sociedade requer”, encerrou.

Aneel participa e defende hidrelétricas

Outros agentes do setor também estiveram presentes no evento, como o diretor presidente da Norte Energia, Paulo Roberto Ribeiro Pinto, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior e o diretor-geral da Aneel, André Pepitone. Na ocasião, o representante da reguladora afirmou que o sucesso de Belo Monte traz a reflexão de que não se pode perder a perspectiva que a fonte hidrelétrica é limpa e renovável e depende exclusivamente da água dos rios, para mover as turbinas.

Pepitone lembrou que nos últimos anos, as UHEs foram criticadas de modo exagerado e “muito pouco técnico”, ressaltando as condições naturais do país para a viabilidade de uma matriz elétrica diversificada, com espaço para todas as fontes, o que torna um grande diferencial ao Brasil em relação às outras nações. “As hidrelétricas têm, e sempre terão, bastante importância na matriz elétrica brasileira”, completou, defendendo o avanço na construção de novas usinas do tipo.