O secretário de Planejamento Energético do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros, disse que é “importante manter a espinha dorsal” do modelo do setor elétrico – que até agora foi capaz de atrair investimentos. A fala do representante do governo vem no momento em que há um Grupo de Trabalho no âmbito do ministério discutindo a modernização das regras do setor elétrico. Para o governo, o modelo atual é considerado robusto, com bases sólidas, estabilidade jurídica e regulatória, e com garantia de recebíveis.
Barros sinalizou que qualquer mudança nas regras será discutida com os agentes e, ao entrar em vigor, respeitará os contratos anteriores. “A saúde financeira das distribuidoras é um ponto fundamental para que tenhamos a fortaleza que mencionei no setor elétrico”, disse o executivo nesta terça-feira, 23 de julho, ao participar de evento em São Paulo.
O secretário disse que no dia 10 de dezembro o MME apresentará o planejamento do setor elétrico para os próximos 10 e 30 anos. A expectativa que o país precisará adicionar 5 GW por ano nos próximos 10 anos em capacidade de geração, considerando um crescimento da economia da ordem de 2,8% a.a..
Reive garantiu que o Brasil vai cumprir o Acordo de Paris, mantendo sua matriz elétrica com 78% de participação das fontes renováveis em 2027, passando de 165 GW para 209 GW de capacidade instalada de geração de energia. O compromisso firmado com a ONU prevê reduzir as emissões de gases de efeito estufa em relação aos níveis de 2005, em 37% até 2025 e uma indicação de redução de 43% até 2030.
O representante do MME também disse que o setor elétrico investirá R$ 550 bilhões até 2027, sendo R$ 230 bilhões em geração centralizada, R$ 60 bilhões em geração distribuída, R$ 110 bilhões em linhas de transmissão e R$ 150 bilhões em redes de distribuição de energia.
Reive disse ainda que nos próximos três anos o Brasil pretende concluir a interligação elétrica da capital Boa Vista. Paralelamente, o país buscará ampliar a interligação elétrica com os países da América Latina.