O presidente de Furnas Luiz Carlos Ciocchi afirmou na manhã desta terça-feira, 30 de julho, que a empresa deverá passar por mais um Plano de Demissão Consensual até o final do ano. A questão está sendo analisada pela Eletrobras em conjunto com as empresas do grupo e os respectivos sindicatos. “Estamos na fase de encerramento do acordo coletivo do trabalho, um pouco enrolado ainda, mas que deve sair em breve”, comentou.
Furnas conta atualmente com um quadro total de 4.000 funcionários, sendo 1.500 lotados na sede atual da empresa, no Bairro de Botafogo, Rio de Janeiro, e outros 1.500 atuando em campo, entre as 21 usinas, subestações e centros de pesquisa e desenvolvimento, além de mil profissionais terceirizados. Somente no escritório da Rua Real Grandeza, no Rio, a empresa já teve um quadro com 6 mil colaboradores em 2015, número que veio caindo vertiginosamente desde então.
Segundo Ciocchi, a Secretária de Controle das Estatais (Sest) colocou algumas condições fundamentais para o seguimento das tratativas e é isso que está sendo discutido com os sindicatos. Um dos pontos já fora levantado pela entidade em outras gestões: o número ideal de funcionários que a companhia deve ter, no caso de 2.751, sem levar em conta os mil contratos terceirizados. O presidente reconhece que essa é uma meta muito apertada para se conseguir, mas elenca algumas oportunidades, como novos investimentos em automação dos ativos e o uso da tecnologia da informação.
“Estamos aplicando recursos em termos de automação das nossas usinas, subestações, redesenhando nossos processos de negócios, buscando um foco maior para a tecnologia de informação e retomando alguns projetos importantes nessa área para melhorar nossa eficiência e nossos sistemas”, assinalou, afirmando que o PDC tem como direcionamento, num primeiro momento, de não comprometer as operações da empresa, e que não há nenhum tipo de pressão ou solicitação da Eletrobras para uma diminuição do contingente de empregados.
“É um processo que vem sendo perseguido através dos planos de demissão para que equilibremos nossas finanças”, explicou. Sobre a notícia de que um dos impasses na negociação seria o fato da Eletrobras não querer repor a inflação de 5% aos trabalhadores, fazendo uma proposta de 1,5%, no que ele respondeu: “Isso é o que saiu na imprensa, não sei se nessa rodada terá alguma novidade”.