fechados por mês
eventos do CanalEnergia
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Apesar de configurar crime, soltar balões ainda é uma prática que persiste em determinadas regiões no Brasil, potencializada nas festas juninas e julinas. A continuidade do hábito, que causa prejuízos e traz perigo, é fonte de preocupação para algumas distribuidoras de energia. Somente na Light (RJ), em, 2019 já foram 18 quedas de energia que causaram interrupções para cerca de 30 mil clientes nas 31 cidades da área de concessão. Em 2018, o número de ocorrências foi de 36.
De acordo com Leonardo Brito Fernandes, Superintendente de Alta Tensão da Light, os balões afetam a rede o ano inteiro. Nos últimos três meses, teve destaque a queda de um balão em Jacarepaguá, na zona oeste da capital carioca. No ano passado, dezembro foi o mês com mais ocorrências, chegando a oito. A distribuidora atua com equipes de prontidão para restabelecer o fornecimento em caso de interrupção. Ele também alerta para os perigos que os balões trazem, já que também podem atingir as pessoas ,além de provocar incêndios.
Balão na SE Curicica, da Light, no Rio
Não há como impedir a queda de um balão ou desviar a sua rota. O que está ao alcance da a distribuidora é monitorar para mitigar os impactos de eventual interrupção. “Prontamente a equipe vai lá, faz a retirada do balão e prioriza o atendimento”, explica Fernandes. A queda de um balão na rede sempre traz prejuízo para o consumidor, já que ele fica sem energia. Caso ele atinja uma linha de transmissão, o dano pode atingir um contingente maior de pessoas que vão ficar com o fornecimento interrompido.
Ainda no Rio de Janeiro, a outra concessionária do estado, a Enel Distribuição Rio também registra problemas na sua rede causados por quedas de balões. Ano passado, houve aumento de 58% no número de interrupções causadas pela queda de balões na rede na comparação com 2017. Nos meses das festas juninas, junho e julho, o número fica 68% maior que o registrado no ano anterior. Para evitar situações de riscos para a população no período junino, a distribuidora reforça com os consumidores os cuidados necessários com a rede de distribuição.
Já em São Paulo, a Enel Distribuição SP também tem que lidar com balões na sua rede. Em 2018, foram registradas 172 ocorrências, que acabaram ocasionando 82 desligamentos na área da distribuidora. Uma das medidas que ela toma para conscientizar a população que a prática além de ilegal causa danos à rede é a Blitz de Segurança. Uma van personalizada com instrutores passa pelos bairros que ensinam as melhores práticas e cuidados com a rede. O público tem acesso, entre outras coisas a informações sobre os perigos perto da rede, como a soltura de pipas e da aproximação de vergalhões na fiação.
Balões não são problemas apenas para o setor elétrico. Dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos divulgados pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas mostram que em 2018 foram feitos 964 reportes de avistamento de balões por pilotos, tripulantes e controladores em todo espaço aéreo brasileiro. Entre janeiro e maio de 2019, já foram registrados 419 avistamentos de balões no país, com o Aeroporto de Guarulhos (SP) no topo da lista com 117 casos, seguido por Congonhas (SP), com 42 registros e o Aeroporto Internacional Tom Jobim (RJ)(RJ), com 37 reportes. O impacto pode danificar a fuselagem do avião, turbinas ou hélices e ainda atrapalhar o funcionamento dos equipamentos e a manutenção do voo.
A prática intensa no Sudeste também pode estar relacionada ao maior poder aquisitivo da região, já que o custo da confecção dos balões é alto. Ele envolve a cangalha, a estrutura que fica pendurada e transporta fogos que são acionados após a soltura. O superintendente da Light reforça a importância do contato do consumidor com a distribuidora em denunciar a soltura de balões. A distribuidora conta com uma linha (080002100196) para denúncias. “É importante a gente ter esse apoio. Caso a população veja, nós iremos atender de imediato”, avisa.