A agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou o Rating Nacional de Longo Prazo da Copel e de suas subsidiárias integrais, Copel GeT, Copel Distribuição e Copel Telecom, de ‘AA-(bra)’ para ‘AA(bra)’ e suas respectivas emissões de debêntures. A Perspectiva da análise corporativa é estável.
De acordo com a Fitch, a elevação dos ratings reflete a visão da agência sobre o fortalecimento do perfil financeiro consolidado da companhia, associado à expectativa de robusta geração operacional de caixa e ao encerramento do ciclo de expansão nos segmentos de geração e de transmissão. A agência acredita que o grupo voltará a reportar fluxos de caixa livre (FCFs) positivos de 2019 em diante, o que permitirá uma estrutura de capital mais conservadora, com alavancagem financeira líquida ajustada inferior a 3,5 vezes.
Também contribuíram para a ação de rating a captura de bons resultados no segmento de distribuição após o quarto ciclo de revisão tarifária, com o EBITDA reportado se aproximando do regulatório, bem como o reforço de liquidez e o alongamento da dívida, provenientes de R$ 1,8 bilhão em captações de médio e longo prazos levantadas após março de 2019.
A análise reflete a atuação positiva do grupo Copel como empresa integrada de energia, dentro de um setor que apresenta risco baixo a moderado. A concessionária conta com importantes ativos de geração, transmissão e distribuição, que contribuem para a diluição de potenciais desafios operacionais e regulatórios. A Fitch avalia o perfil de crédito da companhia em bases consolidadas, dada a existência de cláusulas de cross default em dívidas das empresas do grupo, e considera, principalmente, o risco de crédito de suas duas principais subsidiárias.
A Copel GeT, em termos de geração de EBITDA, apresenta maior previsibilidade de resultados, devido aos contratos de longo prazo para venda de sua energia gerada e à ausência de risco volumétrico em seus ativos de transmissão. Já a Copel Distribuição, por sua vez, se beneficia da posição monopolista na distribuição de energia em sua área de concessão, mas está mais exposta à volatilidade da demanda energética e às revisões tarifárias periódicas — o que indica a necessidade de ser eficiente no controle de seus custos gerenciáveis, a fim de fortalecer a geração de caixa.
A avaliação considera o risco político, decorrente de seu controle acionário público, contemplando, ainda, o moderado risco regulatório do setor elétrico brasileiro e a exposição ao risco hidrológico — inerente ao setor —, que se encontra acima da média histórica. Como fator positivo, a empresa tem gerenciado de forma eficaz este cenário hidrológico mais desfavorável, que prejudica o fluxo de caixa e o perfil financeiro consolidados, a fim de não ter sua classificação penalizada.
Para a Fitch, a Perspectiva Estável dos ratings apoia-se na expectativa de que os fundamentos de crédito do grupo não serão afetados por possíveis alterações regulatórias e de que a Copel se beneficiará do crescimento do consumo de energia em seu negócio de distribuição, bem como de uma geração de caixa mais robusta em geração e transmissão, a partir da entrada em atividade de ativos em construção.
A agência também informou que não levou em consideração o fato de que a distribuidora realizará novos e relevantes investimentos na expansão de sua capacidade — desta forma, estas premissas do cenário-base da agência sustentam as projeções de FCF positivo e de melhora gradual dos indicadores de crédito do grupo.